Jennifer Lawrence no papel de Katniss Everdeen —


joao lopes
20 Nov 2015 0:18

É bem verdade que a saga cinematográfica "The Hunger Games", inspirada na trilogia de livros de Suzanne Collins, começou de forma muito consistente — o primeiro título, lançado em 2012, sabia encenar de forma particularmente sugestiva um futuro trágico em que os jovens são forçados a disputar os "Jogos da Fome" a que o título se refere, sendo transformados em "vedetas" de um espectáculo televisivo que, em última instância, funciona como instrumento ditatorial de controle de toda a população…

As especulações sobre a paradoxal actualidade simbólica de "The Hunger Games" surgiram, assim, como um trunfo decisivo na sua afirmação cinematográfica. Mas… as leis mais simplistas de muitas franchises impuseram-se. De tal modo que os filmes foram evoluindo de forma mais devedora das exigências do marketing.
Dito de outro modo: a trilogia transformou-se em quatro episódios e o derradeiro, agora estreado — The Hunger Games: A Revolta – Parte 2 —, acaba por ser a agónica ilustração do modo como o domínio dos departamentos promocionais ("mais um filme para render mais dinheiro…") pode diminuir de modo drásticos as potencialidades de uma narrativa.
É bem verdade que "The Hunger Games" conta com uma estrela com a dimensão (e o talento!) de Jennifer Lawrence. O certo é que a sua composição da rebelde Katniss Everdeen está, mais do que nunca, secundarizada por um empreendimento que bem tenta acumular cenas mais ou menos agitadas (incluindo um caricato ataque de criaturas monstruosas num esgoto…), "esticando" até ao limite a duração do que, afinal, se alheou do seu interessante ponto de partida.

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