joao lopes
19 Ago 2016 0:14

Para lá da Disney, Pixar e Fox, convém não esquecermos que a história da animação contemporânea não poderá esquecer a contribuição do estúdio Illumination — lá nasceram os filmes de "Gru, o Maldisposto" e, depois, os insubstituíveis "Mínimos"; e é também da mesma origem que, agora, surge "A Vida Secreta dos Nossos Bichos".

Velha lição dos desenhos animados: independentemente da riqueza dos desenhos e até mesmo da tecnologia que os sustenta (vivemos as euforias do digital…), tudo começa na construção do argumento. E, mais do que isso, na definição das personagens. Digamos que o filme nem sempre resiste a confundir a acção com a criação de "números" mais ou menos exuberantes — mas é um facto que voltamos a deparar com uma irresistível galeria de personagens.
Aliás, a consistência de tal galeria começa na ideia muito básica, mas também muito forte, que sustenta o arranque do filme. A saber: quando os donos partem para o trabalho, os animais domésticos não ficam exactamente a (não) fazer aquilo que os donos imaginam… A figura do cão Max (servida pelo notável trabalho de voz de Louis C. K.) é um exemplo modelar: como resistir à ausência da sua dona?
Com realização da dupla Chris Renaud/Yarrow Cheney (ambos já envolvidos em diversos projectos Illumination), "A Vida Secreta dos Nossos Bichos" acaba por ser também uma boa lição narrativa, sobretudo face a outros produtos de Verão que se esgotam nas facilidades da ostentação técnica — as crianças merecem isso e os adultos também.

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