14 Jan 2020 11:10

Spike Lee, realizador, produtor e argumentista norte-americano com uma longa carreira no cinema e várias presenças no festival francês será o presidente do júri da 73ª edição do Festival de Cinema de Cannes, anunciou hoje a organização.

Os nomes dos restantes jurados e os filmes da Seleção Oficial serão conhecidos em meados de abril.

A edição 2020 do Festival de Cannes terá lugar de 12 a 23 de maio.

Lee sucede a Alejandro G. Iñárritu que, em 2019, atribuiu a vitória no festival a "Parasitas", do sul coreano Bong Joon-ho – filme que ontem recebeu seis nomeações para os Óscares.

Conhecido como um cineasta de causas, sempre disposto a apontar e desafiar os problemas da sociedade nos Estados Unidos, sobretudo ao nível das relações raciais, Lee declarou, a propósito da sua nomeação para liderar o coletivo que irá atribuir a Palma de Ouro:

“Na minha vida, as maiores bençãos chegaram de forma inesperada, quando surgiram do nada. Ao receber a chamada que me ofereceu a oportunidade de presidir ao júri de Cannes em 2020, fiquei chocado, feliz, surpreendido e orgulhoso, tudo ao mesmo tempo. Para mim, o Festival de Cannes (além de ser o festival de cinema mais importante do mundo – sem desrespeito a ninguém) teve um grande impacto na minha carreira cinematográfica. Poderia facilmente dizer que Cannes mudou a trajetória de quem eu me tornei no cinema mundial.”

Spike Lee regressou a Cannes em 2018, após uma longa ausência de 22 anos, para apresentar "BlackkKlansman", que acabou por receber o Grande Prémio do Júri. Meses mais tarde, o filme foi nomeado para quatro Globos de Ouro e seis Óscares, com Lee a receber o seu primeiro galardão da academia pelo argumento adaptado.

O início da sua história em Cannes data dos anos 80, primeiro com a presença de “She’s Gotta Have It” (de 1986, estreado em Portugal como "Os Bons Amantes") e “Do the Right Thing,” (de 1989, em Portugal com o título "Não Dês Bronca"). Regressaria em 1991, com "Jungle Fever" e em 1996 com "Girl 6" (fora de competição).

Pierre Lescure, presidente do festival, e Thierry Frémaux, delegado geral, consideram que "a perspectiva de Spike Lee é mais valiosa do que nunca. Cannes é a pátria natural e uma caixa de ressonância global daqueles que (re)despertam mentes e questionam posições e ideias pré-concebidas. A personalidade extravagante de Lee certamente irá agitar as coisas."

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  • 14 Jan 2020 11:10

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