Um Óscar para Joaquin Phoenix — celebrando os actores e suas transfigurações

11 Fev 2020 2:49

… e os Óscares atribuídos em 2020 foram dos mais repartidos dos últimos anos. Eis o palmarés quantitativo (com a indicação do número de estatuetas douradas para cada título):


PARASITAS (4)

1917 (3)

ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD (2)

JOKER (2)

LE MANS’66: O DUELO (2)
Ficam três linhas para um possível balanço:
— o reforço da presença dos asiáticos no espaço (industrial & comercial) de Hollywood, através da performance de "Parasitas", da Coreia do Sul, conseguindo a proeza de ser o primeiro filme a ganhar o Óscar principal sem ser falado em língua inglesa;
— a secundarização do filme de Sam Mendes, "1917", relegado para as chamadas categorias técnicas, mesmo se o Óscar para Roger Deakins (melhor fotografia) distingue um prodigioso trabalho de tratamento da luz.
— a celebração dos actores capazes das mais intensas transfigurações fisicas e metafísicas (Joaquin Phoenix em "Joker", Renée Zellweger em "Judy"), em claro contraste com as marionetas digitais que vão aparecendo em muitos "blockbusters".
Fica, enfim, um dramático vazio em torno de "O Irlandês", de Martin Scorsese — 10 nomeações, zero Óscares (Scorsese já tivera experiência idêntica com "Gangs em Nova Iorque", em 2003). O que significa que a Netflix, embora com uma posição fortíssima da dinâmica actual (produção/difusão), vai continuar a procurar a sua consagração "oficial" em Hollywood. Que o faça com filmes tão arriscados e fulgurantes como "O Irlandês".
  • cinemaxeditor
  • 11 Fev 2020 2:49

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