Natalie Wood e James Dean — memórias de um clássico dos anos 50

5 Fev 2016 22:20

"Foxfire", o filme de Laurent Cantet que chegou às salas portuguesas com cerca de dois anos de atraso, coloca em cena um gang de raparigas na década de 1950. Em boa verdade, essa é uma temática que esteve na moda nessa época, embora, por assim dizer, em registo masculino — o seu título mais célebre tem assinatura de Nicholas Ray, chama-se no original "Rebel Without a Cause", entre nós "Fúria de Viver".

Estamos perante um dos momentos lendários da breve filmografia de James Dean. Na personagem de um adolescente cujo comportamento desencadeia as mais diversas perturbações, tanto na sua família como na escola, ele simboliza, afinal, uma nova geração que, através da confluência dos mais diversos factores históricos e culturais, seria levada a questionar o seu lugar social.



Há em "Fúria de Viver" uma tensão familiar, ao mesmo tempo afectiva e hierárquica, que tem muito a ver, como é óbvio, com o momento exacto em que o filme foi produzido: para o melhor e para o pior, os jovens deixavam de ser um apêndice dos adultos para se definirem como um grupo social com características próprias — esta é, afinal, uma história dos anos 50 cujo apelo simbólico transcendeu a sua época.

Natalie Wood era outra presença fundamental — tinha na altura 17 anos. James Dean era ligeiramente mais velho — tinha 24. E foi com 24 anos que viria a falecer, no dia 30 de Setembro de 1955, cerca de um mês depois da estreia do filme. O seu fim trágico, num acidente de automóvel, redobrou a energia simbólica da sua figura — a vida e a morte são sempre entidades enredadas na mitologia dos filmes e do cinema.

  • cinemaxeditor
  • 5 Fev 2016 22:20

+ conteúdos