Sally Field no papel de Norma Rae: retrato de uma inesperada e enérgica líder sindical

7 Dez 2014 15:38

"Norma Rae" surgiu como um objecto atípico no interior da produção americana de 1979. Dirigido pelo veterano Martin Ritt (1914-1990), o filme pertence ao mesmo ano de produção de coisas tão diversas como "Rocky II", "Apocalypse Now" ou "Alien – O Oitavo Passageiro". Em boa verdade, "Norma Rae" pode ser visto como um dos derradeiros exemplos de um cinema social cujas raízes estavam, afinal, nas décadas de 1930-1940.

A sua dimensão de crónica social e política, em torno das tensões no mundo do trabalho, justifica que, simbolicamente, o aproximemos do mais recente título dos irmãos Dardenne, "Dois Dias, uma Noite", com Marion Cotillard no papel central. Além do mais, "Norma Rae" é também um drama centrado numa personagem feminina: uma trabalhadora de uma fábrica de têxteis, numa cidadezinha esquecida da Carolina do Norte, que virá a revelar-se uma inesperada e enérgica líder sindical — ficou como uma das composições mais notáveis de toda a carreira de Sally Field.

Como se dizia no trailer de lançamento do filme, “esta é a história de uma mulher com coragem para arriscar tudo por aquilo que ela sabe que está correcto”. O impacto do filme acabou por se traduzir numa boa performance nos prémios da Academia de Hollywood: quatro nomeações, dois Oscars ganhos — um para Sally Field, como melhor actriz, outro na categoria de melhor canção, para “It Goes Like It Goes”, na voz de Jennifer Warnes.

  • cinemaxeditor
  • 7 Dez 2014 15:38

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