Margaret Hamilton em pose não muito amigável: cores e maravilhas do

30 Set 2014 14:02

Se há filmes que, para além das épocas e das modas, podem simbolizar os valores do entertainment segundo Hollywood, "O Feiticeiro de Oz", de Victor Fleming, é seguramente um deles. Aliás, é significativo que as suas componentes sejam objecto de regular revisitação e reinvenção (este ano, por exemplo, a lendária canção "Over the Rainbow" foi interpretada por Pink na cerimónia dos Oscars).

1939 foi uma data charneira na evolução da produção dos grandes estúdios americanos — "E Tudo o Vento Levou", também assinado por Victor Fleming, é do mesmo ano. E pode dizer-se que "O Feiticeiro de Oz" condensa alguns factores essenciais dessa evolução. A saber: a consolidação do som como elemento fulcral do espectáculo (recorde-se que a chegada dos filmes sonoros às salas tinha começado a ocorrer cerca de uma década antes); o domínio pleno da cor e, mais especificamente, do Technicolor; enfim, a afirmação de um modelo de narrativa em que a grandiosidade cenográfica está sempre envolvida com o gosto da fábula (aqui inspirada no clássico de L. Frank Baum, publicado em 1900).
Judy Garland na personagem de Dorothy ou Margaret Hamilton no papel da Bruxa Má são referências que há muito entraram no domínio da mitologia global do cinema — e se é verdade que "O Feiticeiro de Oz" corresponde a um contexto histórico e tecnológico que, obviamente, não se repete, não é menos verdade o seu encanto continua a mobilizar (e influenciar) as mais diversas gerações de espectadores e criadores.
  • cinemaxeditor
  • 30 Set 2014 14:02

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