Christy Brwon interpretado por Daniel Day-Lewis — para o actor, foi o primeiro de três Oscars

12 Nov 2017 18:22

Há um velho preconceito que tende a desvalorizar o trabalho dos actores que interpretam personagens com algum tipo de deficiência, física ou mental. Não vale a pena cair no preconceito oposto, celebrando essas interpretações apenas em função das respectivas personagens. O certo é que há mesmo casos excepcionais: Jake Gyllenhaal, no filme “Stronger”, pode ser um recente e excelente exemplo; outro será Daniel Day-Lewis em “O Meu Pé Esquerdo”.

O artista irlandês Christy Brown (1932-1981), interpretado, precisamente, por Daniel Day-Lewis, é alguém que vemos colocar um disco de vinyl no seu gira-discos… com o seu pé esquerdo. Atingido por paralisia cerebral, o seu pé esquerdo é, afinal, um verdadeiro instrumento de trabalho, com ele escrevendo e pintando — o resultado é uma odisseia de resistência transfigurada em impressionante drama cinematográfico.



Lançado em 1989, “O Meu Pé Esquerdo” resulta da confluência de muitos e variados talentos, incluindo Brenda Fricker, no papel da mãe de Christy, o realizador Jim Sheridan (que assinava aqui a sua primeira longa-metragem) e ainda o compositor Elmer Bernstein (já celebrizado pelas bandas sonoras de títulos como “Os Sete Magníficos” ou “Millie, Rapariga Moderna”).

Para a história, “O Meu Pé Esquerdo” foi um dos grandes vencedores dos Oscars atribuídos em 1990. Ironicamente, o Oscar de melhor filme foi para “Miss Daisy”, de Bruce Beresford, um objecto simpático mas francamente menor. De qualquer modo, o filme arrebatou dois prémios de interpretação: para Daniel Day-Lewis, como melhor actor , e para Brenda Fricker, como melhor actriz secundária — para Daniel Day-Lewis, foi a primeira de três estatuetas douradas, já que voltaria a vencer com “Haverá Sangue”, em 2008, e “Lincoln”, em 2013.


  • cinemaxeditor
  • 12 Nov 2017 18:22

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