Stanley Donen, Cary Grant e Ingrid Bergman — rodagem de

24 Fev 2019 15:22

O seu nome está inscrito a letras douradas na história e na mitologia do género musical. Mais do que isso: é uma personalidade fulcral da idade de ouro de Hollywood — Stanley Donen faleceu no dia 21 de Fevereiro, em Nova Iorque, contava 94 anos.

Como todas as manchetes recordaram (e muito bem!), ele é o realizador do clássico dos clássicos do musical: "Serenata à Chuva" (1952). Em qualquer caso, convém acrescentar que Donen é <i>um</i> dos realizadores, já que o filme é co-assinado com Gene Kelly (1912-1996).
Tal como Kelly, Donen tinha formação de bailarino e distinguira-se já nos palcos da Broadway. Antes de "Serenata à Cuva", os dois tinham co-assinado "Um Dia em Nova Iorque" (1949), outro título fulcral na evolução do género musical, neste caso arriscando sair do estúdio para rodar várias sequências em cenários da grande metrópole.
Vale a pena recordar mais alguns títulos emblemáticos na trajectória criativa de Donen:
* CASAMENTO REAL (1951) — É o primeiro trabalho assinado por Donen a solo, contendo uma das mais célebres sequências de toda a história do musical: graças a uma prodigiosa conjugação de cenografia e coreografia, Fred Astaire dança… no tecto!


* SETE NOIVAS PARA SETE IRMÃOS (1954) — Outra referência fundamental na história do musical, muitas vezes citada para colocar Donen a par de outro mestre do género, Vincente Minnelli; trata-se, por certo, de um dos filmes que mais e melhor transfigura a teatralidade do original em acontecimento fílmico.
* INDISCRETO (1958) — Um dos filmes exemplares do gosto de Donen pela exploração das nuances emocionais e psicológicas do clássico melodrama — com o par Ingrid Bergman/Cary Grant, celebrizado em 1948 por Alfred Hitchcock, em "Difamação".
* CAMINHO PARA DOIS (1967) — Donen foi um dos cineastas que mais e melhor soube valorizar os dons de representação de Audrey Hepburn. Aqui, a estrela de "My Fair Lady" (1964) vive as atribulações de uma crise conjugal, contracenando com Albert Finney.


* O PRINCIPEZINHO (1974) — Por certo um dos filmes mais desequilibrados, mas também mais sedutores, de Donen: uma adaptação da obra de Antoine de St. Exupéry, com o pequeno Steven Warner no papel central, contracenando, por exemplo, com Bob Fosse e Gene Wilder (respectivamente, a Cobra e a Raposa).
 

Em 1996, Stephen M. Silverman publicou uma biografia de Donen cujo título alude, precisamente, à citada sequência com Fred Astaire: Dancing on the Ceiling: Stanley Donen and His Movies. Em 1998, a Academia de Hollywood distinguiu-o com um Oscar honorário.

  • cinemaxeditor
  • 24 Fev 2019 15:22

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