Grant Williams no seu mundo de

21 Abr 2018 0:06

O filme de Alexander Payne, “Pequena Grande Vida”, explora uma ideia tão sugestiva quanto perturbante. Ou seja: a possibilidade de os seres humanos diminuírem drasticamente de tamanho, vivendo uma existência em que todos têm cerca de 12 centímetros de altura. Não é uma ideia nova, em particular no domínio da ficção científica — basta recordar o caso admirável de “The Incredible Shrinking Man”.

Foi em 1957 que surgiu “The Incredible Shrinking Man” — ou seja, à letra: “O Incrível Homem que Vai Encolhendo”. Assim era, de facto. Grant Williams interpreta um homem que, um dia, no meio do oceano, é exposto a uma radiação que não sabe identificar mas que vai começando a ter um efeito surreal — a pouco e pouco, dia após dia, o seu corpo vai diminuindo de tamanho. O trailer da época chamava-lhe um dos “melhores filmes de ficção de sempre”.




No mercado português, “The Incredible Shrinking Man” recebeu o título “Os Sentenciados”. O filme baseia-se num romance de Richard Matheson, um especialista do género — foi ele, aliás, que escreveu o argumento em colaboração com o próprio realizador, Jack Arnold. A história reflecte o medo colectivo face ao desenvolvimento da energia atómica, medo particularmente forte nos tempos atribulados da Guerra Fria — e o herói, cada vez mais pequeno, passa a encarar como monstros um gato ou uma aranha…

Estamos perante um extraordinário exemplo da invenção temática de algumas zonas da ficção científica clássica, mais concretamente das produções de série B, com pequenos, por vezes pequeníssimos orçamentos. E atenção: não é uma limitação o facto de o filme não possuir os requintes técnicos da indústria do século XXI — o que mais conta é a imaginação narrativa e a capacidade de ligar os medos dos heróis ao imaginário colectivo.

  • cinemaxeditor
  • 21 Abr 2018 0:06

+ conteúdos