31 Jan 2016 16:17

É bem verdade que o nome de George Lucas já há muito adquiriu um lugar seguro na história cinematográfica da ficção científica — há 38 anos, para sermos, exactos, desde o lançamento do primeiro filme de "A Guerra das Estrelas". O certo é que muitas vezes se esquece que, alguns anos antes, ele já tinha experimentado explorar o futuro — foi em 1971 e o filme chama-se "THX 1138".

A música do filme, assinada por Lalo Schiffrin, é cheia de contrastes, vogando das electrónicas às deambulações mais ou menos jazzísticas. E faz sentido que assim seja: "THX 1138" é o retrato íntimo de um mundo distante (século XXV, para sermos exactos) em que a identidade humana se confronta com as regras ditatoriais de um implacável sistema político.



THX 1138 é o nome oficial de um trabalhador de uma fábrica, interpretado por Robert Duvall — ele vai arriscar desafiar os limites do sistema, afirmando uma singular vontade de liberdade. O desafio é tanto mais radical quanto a fábrica em que ele está inserido produz robots extremamente avançados que são usados como agentes policiais — o mundo de "THX 1138" é, assim, uma paisagem hiper-controlada em que a cegueira tecnológica triunfou sobre a verdade humana.

Produzido com meios relativamente escassos, "THX 1138" não deixa de ser um fascinante objecto de cinema, aliás retomando temas e ambientes que George Lucas já encenara numa curta-metragem realizada em 1967, durante os seus estudos universitários. Na altura do seu lançamento, em 1971, "THX 1138" esteve longe de ser um sucesso — mas, com o passar do tempo, transformou-se num objecto de culto.

  • cinemaxeditor
  • 31 Jan 2016 16:17

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