Burt Lancaster e Deborah Kerr — uma imagem de marca da produção americana dos anos 50


joao lopes
29 Jul 2015 2:32

Não é exactamente uma novidade: de facto, "Até à Eternidade" (1953) foi reposto há cerca de dois anos, no Verão de 2013. Em qualquer caso, importa voltar a sublinhar este empenho da distribuição/exibição em recordar títulos clássicos, em particular durante a chamada temporada de Verão.

Estamos, afinal, perante um símbolo exemplar da grande produção de Hollywood durante a década de 50, neste caso empenhada em transfigurar as regras do filme de guerra, retratando os bastidores de uma base militar americana no Pacífico, em vésperas do ataque japonês a Pearl Harbor. Mais do que um filme sobre combates, este é, por isso, um drama sobre a retaguarda.



Tendo como ponto de partida o best-seller de James Jones, o realizador Fred Zinnemann arquitecta uma narrativa que, um pouco contra as normas correntes do género, confere especial importância às personagens femininas, colhendo, aliás, grande parte da sua intensidade dramática nas relações homens/mulheres — o filme é mesmo célebre pela sequência de um beijo, entre Burt Lancaster e Deborah Kerr, nas águas de uma praia do Hawai.

Para a história, "Até à Eternidade" arrebatou nada mais nada menos que oito Oscars, incluindo o de melhor filme da produção de 1953, melhor realizador e melhores actores secundários (Frank Sinatra e Donna Reed). Ironicamente, ou talvez não, vale a pena recordar que, entre os vencidos, estava "Júlio César", de Joseph L. Mankiewicz…

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