Cartaz original de

17 Fev 2021 1:08

Actriz de longa carreira e talento multifacetado, Carmeno Dolores faleceu em Lisboa, no dia 15 de fevereiro, contava 96 anos.

É bem certo que o essencial da carreira de Carmen Dolores, desde logo em volume de trabalho, passa pelo teatro, sem esquecer que, a partir de meados da década de 60, ela foi também um a presença regular no pequeno ecrã.
Seja como for, bastaria o seu primeiro filme — "Amor de Perdição" (1943), de António Lopes Ribeiro — para lhe conferir um lugar muito especial nas nossas memórias cinéfilas. Aos 19 anos, a sua composição de Teresa de Albuquerque [foto] decorre de um misto de teatralidade e romantismo indissociável de uma época em que o melodrama era um género natural de todos os mercados cinematográficos.

Trabalhou regularmente até 2003, ano em que integrou o elenco da peça "Copenhaga", de Michael Frayn, encenada por João Lourenço no Teatro Aberto. Tendo em conta que a carreira de Carmen Dolores se desenvolveu ao longo de seis décadas, a sua filmografia é relativamente escassa, incluindo ainda, por exemplo, "Um Homem às Direitas" (1945), de Jorge Brum do Canto, "A Vizinha do Lado" (1945), de novo com Lopes Ribeiro, e "Camões" (1946), de Leitão de Barros, contracenando uma vez mais com António Vilar.

Mais tarde, surgiu em "O Princípio da Sabedoria" (1975), de António de Macedo, "Balada da Praia dos Cães" (1987) e "A Mulher do Próximo" (1988), ambos de José Fonseca e Costa. "Retrato de Família" (1991), de Luís Galvão Teles, seria o seu derradeiro título cinematográfico. Escreveu vários livros de memórias: "Retrato Inacabado" (1984), "No Palco da Memória" (2013) e "Vozes Dentro de Mim" (2017).

  • cinemaxeditor
  • 17 Fev 2021 1:08

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