11 Set 2015 1:22

Atom Egoyam  ressurge com um filme que lida com as feridas
do holocausto. Um judeu, sobrevivente do holocausto, parte ao encontro de um
oficial nazi, criminoso de guerra
refugiado no Canadá com uma identidade falsa.

Zev (Christopher Plummer) quer
vingar-se do homem que matou a sua
família em Auschwitz.

O filme é um desafio interessante porque aborda o
tema da vingança numa altura limite em que é possível estabelecer um
paralelismo temporal entre o presente a ficção do filme. Setenta anos depois da
II grande guerra, restam poucos sobreviventes que possam protagonizar esta
situação.

O argumento desenvolve esta
história como sendo um thriller, já que a personagem principal é ultrapassada
por uma série de acontecimentos que não controla. Zev sofre de demência e o
seu plano é estabelecido por outro judeu que com o apoio do centro Simon Wiesenthal identificou quatro judeus
sob falsa identidade residindo na América do norte.

"Remember" pretende recordar explorando as fragilidades da memória
pessoal e histórica, assim como o trauma profundo de guerra, algo que é possível abordar
de forma mais complexa através da situação de demência da personagem principal.

No entanto, o percurso que
Zev percorre até chegar ao lugar onde irá encontrar o criminoso de guerra que
pretende abater, é demasiado longo para um homem tão velho.

Apesar dessa fragilidade que torna evidentes algumas incongruências do argumento, reconhecemos que aos 85 anos Christopher Plummer
tem um desempenho extraordinário e até pode ser nomeado novamente para um Óscar –
não deixaria de ser notável, considerando que ele ganhou o primeiro prémio da Academia, na categoria de ator
secundário, já muito tardiamente, em 2012, com o "Beginners – Assim é o Amor."

Não há limite de idade para
fazer bons papéis e ser reconhecido. E se for num thrller protagonizado por
velhotes… isso é algo de verdadeiramente original.

  • cinemaxeditor
  • 11 Set 2015 1:22

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