Dwayne Johnson e o realizador Brett Ratner — durante a rodagem de


joao lopes
31 Jul 2014 17:16

É um facto: hoje em dia, grande parte das grandes produções que podemos classificar com o rótulo de "aventuras" nasce de um processo de cópia(s). Ou porque a sequela, nomeadamente com os chamados super-heróis (Batman, Homem-Aranha, etc.), se tornou uma opção corrente dos maiores estúdios de Hollywood; ou, então, porque se aposta na recuperação de heróis & mitologias que tiveram a sua época áurea em épocas mais ou menos distantes da história dos filmes.

"Hércules", de Brett Ratner, é um exemplo desta última tendência, relançando o poderoso "semi-deus" da mitologia grega (filho de Zeus e da mortal Alcmena), agora interpretado pela figura inconfundível de Dwayne Johnson, antes do cinema celebrizado no mundo dos combates de "wrestling", onde era conhecido como "The Rock". E com a curiosidade de a modelo Irina Shayk, embora num pequeníssimo papel (como Mégara, mulher de Hércules), ser um dos trunfos promocionais do filme.
Sem ser um objecto excepcional, "Hércules" possui a virtude elementar de recusar os automatismos de encenação que o digital tem instituído (veja-se o desastre que é a mais recente versão de "Godzilla"), procurando antes uma certa dramatização do espaço a que não será alheia, por certo, a contribuição desse notável director de fotografia que é o italiano Dante Spinotti, colaborador regular de Ratner e também de Michael Mann.
No fundo, reencontramos aqui um certo espírito da mais clássica "série B" e dos seus filmes de pequeno orçamento (que não é, obviamente, o caso deste "Hércules", orçamentado em 100 milhões de dólares). Vêm à memória as aventuras protagonizadas, em particular, por Steve Reeves, actor cuja lenda se confunde com as suas performances em "Hércules" (1958) e "Hércules e a Rainha" (1959), ambos sob a direcção Pietro Francisci — embora numa cópia de fraca qualidade técnica, eis um pequeno extracto do primeiro desses títulos.

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