O Benfica, mesmo afetado por uma onda de lesões, dominou a primeira volta da I Liga portuguesa de futebol e parte em vantagem rumo ao título, a um inédito “tetra” na sua história.
Os encarnados, campeões de inverno pela quinta vez em seis anos, somaram mais quatro pontos do que um FC Porto de altos e baixos, mais seis do que um Sp. Braga que já mudou de treinador - a exemplo de mais 11 equipas - e oito face a um dececionante Sporting.
O percurso da equipa da Luz só foi manchado pelos empates caseiros perante V. Setúbal (1-1) e Boavista (3-3) e o desaire no reduto do Marítimo (2-1), e ganha mais destaque pelas muitas lesões que assolaram a equipa, a mais problemática das quais de Jonas.
Num conjunto que valeu pelo coletivo, e mostrou muitas soluções, foram ainda, assim, vários os destaques individuais, de Pizzi a Fejsa, passando por Ederson, Nelson Semedo, Salvio, o reforço Cervi, Gonçalo Guedes ou Mitroglou.
O ex-futebolista dos encarnados, António Simões, faz um "balanço positivo" da primeira metade do campeonato do clube da Luz e realça: "É difícil fazer melhor, tendo em consideração os recursos que o Benfica deixou de ter durante algum período. É um momento de reflexão, positivo, e que cria a esperança e a convicção de que é possível repetir uma segunda volta a este nível".
FC Porto de altos e baixos
O Benfica vira à frente, mas tem o FC Porto a apenas quatro pontos, depois de um percurso de altos e baixos, de incertezas e até contestação a Nuno Espírito Santo.
Os golos de André Silva, que já soma 11, e a consistência defensiva, com Casillas, bem resguardado por Marcano, Felipe e Danilo Pereira, apenas com sete golos sofridos, têm sido o melhor dos “dragões”.
As intermitências têm, porém sido muitas, sobretudo em reduto alheio, onde o FC Porto apenas venceu três de oito jogos e somou quatro empates a zero.
Os azuis e brancos só perderam uma vez, em Alvalade (1-2), mas as igualdades têm impedido a equipa de se aproximar do Benfica, que também não conseguiram bater, em casa (1-1), por culpa de um golo de Lisandro López, aos 90+2 minutos.
O ex-futebolista portista, Domingos Paciência, reconhece uma campanha marcada por "alguma irregularidade" na formação comandada por Nuno Espírito Santo: "Esperava que o FC Porto fosse uma equipa mais consistente. Tem tido alguma irregularidade e isso reflete-se na posição que ocupa no campeonato. Sabemos que é um ano difícil, de transição. Tem tido momentos de instabilidade, mas ainda bem que está só a quatro pontos do Benfica, porque ainda está a tempo de crescer e lutar pelo título".
Sporting dececionante
Bem pior, tem sido o percurso do Sporting, que, com quatro empates e três derrotas, já perdeu mais pontos (17) do que em toda a época passada (16).
O holandês Bas Dost (13 golos) tem feito esquecer Slimani, e o jovem extremo Gelson Martins é uma das grandes revelações da prova, numa equipa em que também se tem destacado Coates, mas, em termos globais, tem faltado consistência aos “leões”.
O Sporting até arrancou bem, com quatro triunfos, e à 12ª jornada poderia ter voltado à liderança, que falhou na Luz (1-2), mas, no fim da primeira volta, a realidade é um quarto lugar, a que se junta o adeus à Europa e à Taça da Liga.
O antigo capitão do clube de Alvalade, Carlos Xavier, afirmou que o "Sporting perdeu já tantos pontos (perdeu mais um) como perdeu em toda a época anterior", mas não atira a toalha ao chão na discussão pelo título nacional de 2016/17.
Sp. Braga à espreita
O “onze” de Jorge Jesus está atrás do Sp. Braga, que, agora com Jorge Simão no lugar de José Peseiro, fecha o pódio, apenas a dois pontos do FC Porto, com o qual perdeu no Dragão (0-1) aos 90+5 minutos.
Os bracarenses, que tinham como propósito aproximar-se dos “grandes”, estão entre eles, à custa da produção nos jogos em casa (25 pontos, em 27 possíveis), sendo que ainda não receberam Benfica, FC Porto e Sporting.
A equipa minhota tem o Sporting a dois pontos e o V. Guimarães, também a fazer uma grande época, a cinco.
Marega, com 10 golos, tem sido a figura do conjunto de Pedro Martins, que tem estado em grande fora (seis vitórias), ao contrário do tem sucedido no D. Afonso Henriques (três).
Marítimo lidera o campeonato dos pequenos
O Marítimo lidera o outro campeonato, após excelente recuperação, até ao sexto lugar, encetada com a entrada de Daniel Ramos, dois pontos à frente do Desportivo de Chaves, que sobreviveu ao adeus de Jorge Simão, e do Rio Ave, melhor com a troca de Capucho por Luís Castro.
O Arouca e o V. Setúbal, que tiveram a coragem de manter Lito Vidigal e José Couceiro, respetivamente, seguem nos lugares imediatos, com os históricos Boavista e o Belenenses ainda com boa margem dos lugares perigosos.
Paços de Ferreira, Estoril-Praia, Feirense e Moreirense estão pouco acima da “linha de água”, ao contrário de Nacional e Tondela.
