A II Liga de futebol passou a designar-se Ledman Ligapro até ao fim da época 2018/19 a troco de um patrocínio da multinacional tecnológica chinesa superior ao valor angariado nos últimos 15 anos da competição.
Sem revelar os montantes em causa, durante a conferência de imprensa de apresentação do patrocinador, o dirigente recordou que há meio ano, quando a sua direção tomou posse, estava em causa a "insolvência" da competição.
Agora, assegura que esta foi "regenerada" e considera que estão criadas as condições para o seu desenvolvimento, bem como o abrir de portas à "internacionalização" dos produtos e diversos agentes.
"O 'title sponsor' servirá para pagar a competição. A arbitragem, a estrutura da Liga, tudo o necessário para sustentar a própria competição. O superavit será para dividir com todos os clubes", esclareceu, garantindo que entre os clubes da competição "ninguém ficará insensível e insatisfeito com o acordo hoje firmado".
Pedro Proença fala na abertura de "janela de oportunidade única", com a Liga a seguir "as boas práticas" dos exemplos dos campeonatos inglês e espanhol na relação e aposta no mercado chinês.
"Abrimos um grande mercado de 1,3 biliões de pessoas, que vai valorizar as nossas competições, os jogadores, treinadores e árbitros portugueses. Seremos exportadores de muito 'know-how' que a China nos tem pedido e salvaguardaremos os interesses dos clubes profissionais em Portugal", reforçou.
O dirigente reconheceu que há a intenção de incluir três treinadores adjuntos e 10 futebolistas chineses na competição, num "programa de intercâmbio sempre com foco na formação e nunca implicando qualquer tipo de obrigatoriedade".
"Este acordo é uma fortíssima prova da vitalidade da Liga, das competições e do futebol português. Permitirá aos nossos clubes um contributo significativo para a sua sustentabilidade e credibilização", sentenciou.
Martin Lin, presidente da Ledman, multinacional chinesa de alta tecnologia, considera que o futebol de ambos os países "tem muito a ganhar com esta parceria" e vaticinou que "em 10 anos, o maior mercado de futebol mundial será a China", que na janela de inverno se reforçou com 250 milhões de euros em jogadores.
"A ideia é enviar atletas para Portugal para melhorarem a sua qualidade e há muitos portugueses que podem ser transferidos para o futebol chinês. É muito bom para as duas partes, para os dois países. Esperamos muito bons resultados no futuro próximo", disse.
O empresário recordou que a principal Liga portuguesa é a quinta melhor do 'ranking' UEFA e que "muitos jogadores famosos a nível mundial emergiram no campeonato português", igualmente contribuinte de "muitos treinadores e árbitros de qualidade".