Moçambique expressa na COP21 receio de cheias em 2016

por Lusa

Paris, 30 nov (Lusa) - Moçambique tem 175.000 cidadãos afetados pela seca e teme as cheias esperadas para 2016, admitiu hoje o primeiro-ministro moçambicano na sua intervenção na COP21, em Paris.

"Os países em desenvolvimento enfrentam desafios enormes devido às alterações do clima, com cheias e secas que aumentam de frequência e de intensidade. Há 175.000 moçambicanos afetados pela seca e que precisam de apoio urgente e, em 2016, esperam-se cheias que vão piorar ainda mais a situação", afirmou Carlos Agostinho do Rosário.

Segundo o líder político moçambicano, "estes fenómenos climatéricos afetam os esforços do Governo para ir ao encontro das prioridades nacionais, especialmente a segurança alimentar, tão crítica para a redução da pobreza".

Assim, "para lidar com os fenómenos das secas e das cheias, é de importância primordial a redução dos riscos para economias em adaptação e o apoio adequado para os meios de implementação", adiantou o governante, sugerindo que "as medidas de adaptação" sejam "complementadas com iniciativas de mitigação robustas", de forma a mobilizar o "muito necessário" apoio financeiro e técnico.

"Comprometemo-nos a trabalhar coletivamente para conduzir acordos económicos ambiciosos e universais", assegurou o primeiro-ministro de Moçambique, sublinhando a determinação do país "em proteger o planeta, através de um consumo, uma produção e uma gestão dos recursos naturais sustentáveis", que permita "ir ao encontro das necessidades das gerações presentes e futuras".

Defendendo "o princípio da responsabilidade comum diferenciada", Agostinho do Rosário referiu medidas que estão a ser implementadas em Moçambique pelo Governo, mas que requerem apoio financeiro e técnico: "energias renováveis, gestão do solo e dos resíduos, redução da desflorestação, agricultura amiga do ambiente, conservação da água".

"Tendo em conta o agravamento das alterações climáticas, esta conferência apresenta-se como uma oportunidade histórica para tomar decisões sensatas e atempadas, num espírito de solidariedade com aqueles que vão sofrer mais com estes impactos", declarou ainda.

O primeiro-ministro moçambicano concluiu a sua intervenção dizendo que, para Moçambique, a cimeira proporciona "a base para alcançar um acordo internacional sobre o clima, que seja benéfico para todos e para as gerações futuras e que promova a justiça entre os povos e entre as gerações".

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