A Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) negou esta sexta-feira que tenha sido tolerante na luta contra o doping, lembrando que até foi "pioneira", e anunciou que vai usar todas as ferramentas para continuar a tentar erradicar o problema.
"A IAAF não pode ficar indiferente quando a sua vontade em proteger a integridade da modalidade é posta em causa, seja por incompetência ou inércia, junto da opinião pública", lê-se no comunicado.
Em causa está a investigação a casos de doping efetuada pelo canal alemão ARD e o jornal britânico The Sunday Times, que em setembro terem publicaram a informação de que, entre mais de 5.000 atletas que realizaram exames entre 2001 e 2012, 800 apresentavam valores suspeitos.
"Muitas dessas acusações não têm qualquer base científica e legal", explicou a IAAF.
Esta tomada de posição do organismo acontece dias antes do presidente Sebastian Coe ser ouvido numa comissão parlamentar britânica, criada depois de terem sido publicadas as investigações do ARD e do The Sunday Times.
Para já, a IAAF ilibou Paula Radcliffe, recordista mundial da maratona e um dos alvos dessa investigação, de qualquer prática de doping e explicou que as acusações aconteceram devido a uma anomalia no passaporte biológico da britânica.
"Paula Radcliffe foi publicamente acusada de doping sanguíneo com base numa interpretação errada de dados brutos e incompletos. Quando todas as informações necessárias são levadas em conta [protocolos da Agência Mundial Antidoping e passaporte biológico], existem explicações plausíveis para esses valores e por isso resulta no perfil inocente", explicou o organismo.
Paula Radcliffe foi três vezes vencedora da Maratona de Londres (2002, 2003 e 2005) e é detentora do recorde mundial, desde 2003, com a marca de 2:15.25 horas.