Asteróide de 30 metros vai rasar o planeta Terra no início de março

por Nuno Patrício - RTP
NASA/JPL/Caltech

No próximo dia 5 de março vai acontecer um fenómeno interessante para a maioria dos astrónomos: a passagem de um asteróide por dentro da órbita da Terra deverá ser seguida e estudada, embora apresente pouco risco de colisão.

Basta olhar para o céu à noite para perceber que há mais no Universo além do planeta Terra.

Como vizinhos próximos a Terra tem vários planetas, uma estrela que ocupa o tamanho de um milhão e trezentas pequenas Terras e muitos objetos siderais errantes (cometas, meteoros e asteróides) que cruzam a órbita do nosso planeta quase todos os dias.Há uma hipótese extremamente pequena — menos de 1 em 250 milhões — de um impacto, a 28 de setembro de 2017, sendo que em 2046 e 2097, o asteroide 2013 TX68 ficará ainda mais perto de uma colisão com a Terra.

É precisamente dentro destes corpos celestes errantes, provenientes alguns deles da cintura de asteróides entre Marte e Júpiter, que se encontra o 2013 TX68.

É a denominação dada a uma rocha espacial - um asteróide - com o tamanho de um campo de basquetebol (30 metros de diâmetro e cerca de 600 m de envergadura) visto pela primeira vez em outubro de 2013.

O principal interesse neste vizinho espacial é o facto de a sua trajetória o trazer, no próximo dia 5 de março, extremamente próximo do nosso planeta.

O asteróide, que está a ser monitorizado pela comunidade astrofísica, vai cruzar a órbita terrestre e passar a cerca de 17.700 quilómetros da superfície planetária — menos de cinco por cento da distância da Terra à Lua: o equivalente à distancia física de Lisboa às ilhas Fiji, no Pacífico.

Pode dizer-se que vai passar a Terra a rasar.

Mas acalmem-se os mais crentes na filosofia de um apocalipse espacial, como o descrito para extinção em massa dos dinossauros, pois não há, por enquanto, perigo, dizem os astrónomos, de o asteróide 2013 TX68, colidir com a Terra... nesta passagem.



Há de facto uma hipótese extremamente pequena — menos de 1 em 250 milhões — de um impacto já no próximo ano, a 28 de setembro, já que a trajetória do asteroide está a aproximar-se cada vez mais do nosso planeta. Se falhar em 2017, os anos de 2046 e de 2097, serão outras hipóteses.Cada um de nós tem cerca de uma hipótese em 40.000 de morrer resultado de uma colisãode um asteroide. Para ganhar o euromilhões essa hipótese diminui três mil vezes.

"As possibilidades de colisão em qualquer uma das três datas da passagem do 2013 TX68 são demasiado pequenas para ser uma preocupação real", disse Paul Chodas, CEO do centro de estudos NEO do Jet Propulsion Laboratory da NASA em Pasadena, Califórnia.

Uma afirmação que os cientistas da NASA esperam confirmar, pois vão continuar a acompanhar o percurso do asteróide.
Mais fácil queda de asteróide na Terra que ganhar o Euromilhões
As previsões científicas referem que uma grande colisão ocorre a cada 100 milhões de anos. Objetos mais pequenos, como é o caso do que vai passar no inicio de março, colidem com maior frequência.

Às vezes sucedem casos perigosos, como o registado em fevereiro de 2013, quando um asteróide explodiu sobre a cidade russa de Chelyabinsk, provocando vários estragos em edifícios e ferindo mais de 1.000 pessoas. Dados recolhidos depois certificaram que a rocha espacial media cerca de 20 metros.

Se o 2013 TX68 ou outro asteróide de tamanho idêntico (600 metros) entrasse na atmosfera terrestre, provavelmente explodiria e criaria uma onda de choque duas vezes mais enérgica que o evento que aconteceu em 2013 em Chelyabinsk, afirmam os astrónomos da NASA.



Também de acordo com a Agência Espacial Norte-Americana, a cada milhão de anos pode ocorrer um choque de um asteróide relativamente grande. Bastaria um destes corpos celestes ter cerca de dois quilómetros de diâmetro, para o seu choque com a Terra libertar um milhão de megatoneladas de energia e matar uma quantidade substancial de pessoas.

Em estimativa, cada um de nós tem cerca de uma hipótese em 40.000 de morrer em resultado de uma colisão com um asteróide.

Mesmo assim, este é um cenário mais provável do que ganhar o Euromilhões. Para ficar rico da noite para o dia, as probabilidades são de um para 1.167.000.000. Ou seja, é mais provável morrer 3000 vezes devido à queda de um asteróide.
NASA vigia com atenção objetos mais perigosos que cruzam a Terra
Atualmente, a NASA monitoriza 244 objetos próximos à Terra, com dimensões consideradas de risco. Um programa de observação cientifico denominado por NEO - Near-Earth Object Program.


Representação gráfica de objetos espacias no centro do nosso sistema solar - Fonte : NASA/JPL

Da totalidade dos objetos rastreados, 177 têm menos de 50 metros de diâmetro e provavelmente não causariam estrago se nos atingissem.

Dos 67 que sobram, cinco estão incluídos no grupo com maior risco de colidir com o nosso planeta durante o século XXI.

Por exemplo, em 2029 o temido Apófis vai passar perto do nosso planeta a uma distância pequena o suficiente para que a gravidade da Terra altere a rota do asteróide.
 
Dependendo de quanto e para onde for o "desvio", a probabilidade de impacto em 2036 pode aumentar ou diminuir.

Depois do Apófis, segue-se o asteróide 2007 VK184 na lista dos mais perigosos pedregulhos espaciais.

Descoberto há dois anos, este asteroide tem 0,00076% possibilidade de atingir a Terra em junho de 2048. Como ainda falta muito tempo e muitas observações, os cientistas e astrónomos “esperam” vir a corrigir os valores dessa distância com maiores certezas.
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