A sonda da Agência Espacial Europeia (ESA) perdeu o sinal um minuto antes do momento previsto para tocar o solo de Marte, na quarta-feira. O paraquedas que transportava a Schiaparelli largou-a demasiado cedo e ainda não se sabe se o aparelho estará inteiro.
Para perceber se a Schiaparelli sobreviveu ou não, seria necessária a análise de 600 megabytes de dados enviados pela sonda antes de esta ter perdido o sinal.
“Estamos a analisar os dados que possuímos, mas não recebemos ainda nenhum sinal vindo da superfície”, continuou. “Poderá demorar algum tempo até que consigamos localizar a sonda”.
No entanto, o diretor geral da ESA, Jan Wörner, insiste que a operação correu exatamente como esperado e foi bem-sucedida até ocorrer o imprevisto. “Isto é típico num teste”, declarou. “A informação recolhida será útil de qualquer das formas”.
Fátima Araújo, Marcelo Sá Carvalho - RTP
Afirmou ainda que este percalço não colocaria em risco a segunda fase da missão espacial ExoMars, que procura pousar no planeta vermelho uma sonda maior e mais sofisticada – com uma broca que poderá procurar sinais de vida até uma profundidade de dois metros - em 2020.
O objetivo da Schiaparelli era, precisamente, confirmar qual seria a tecnologia necessária para a aterragem da nova sonda.
Os Estados Unidos irão utilizar um dos seus satélites em Marte para tentar localizar a zona de aterragem do dispositivo, apesar de as probabilidades serem reduzidas.
Outro dos problemas da ESA, caso a Schiaparelli se tenha perdido, será explicar aos Estados-membros por que razão o investimento na missão espacial continuará a ser fundamental.
Não é a primeira vez que ESA falha numa missão a Marte. Em 2003, a nave espacial britânica Beagle 2 também desapareceu após se ter separado da nave-mãe Mars Express. Os destroços foram encontrados uma década depois.
Artigos Relacionados
