Banca portuguesa não precisa de um "Banco Mau"

por Antena 1

Mira Amaral considera que nacionalizar o Novo Banco seria um tremendo disparate, até porque o Estado já vai ter dificuldades em aumentar o capital na Caixa Geral de Depósitos. O presidente executivo do BIC foi o convidado da semana na "Conversa Capital".


Banco mau
Mira Amaral considera que a banca portuguesa não precisa de um “banco mau”. Segundo Mira Amaral, a banca nacional está com excesso de liquidez porque não há procura de “crédito bom”. Por outro lado lembra que criar um SPV custa dinheiro e o país neste momento não tem capacidade financeira para avançar.

Caixa Geral de Depósitos
No entender do presidente Executivo do BIC, o “banco mau” pode surgir para ajudar a CGD. Mira Amaral considera que essa pode ser uma alternativa, caso a Direção Geral de Concorrência europeia não aceite que o Estado faça um aumento de capital na CGD na qualidade de seu acionista.


Nacionailzação do Novo Banco?
Mira Amaral considera que nacionalizar o Novo Banco seria um “tremendo disparate”. Porquê? Porque segundo Mira Amaral o Estado já tem um banco público que “vai ter dificuldade em aguentar” sobretudo porque CGD vai precisar de fazer um aumento de capital. O Novo Banco para Mira Amaral tem de ser vendido. Mira Amaral, lembra ainda que o Novo Banco é um banco de transição, logo, segundo as regras europeias, não será possível nacionalizar.


A "espanholização" da banca portuguesa
Espanholização da banca nacional segundo Mira Amaral tem 2 problemas: problemas económicos em Espanha vão ter logo impacto em Portugal e se houver indicações europeias para aumentar os rácios de solvabilidade, diminuindo o credito à economia isso será negativo para a economia nacional. O ideal seria, não havendo capital português, existir capital estrangeiro de diversas origens a entrar na economia.

Iintervenção
Mira Amaral concorda que haja intervenção do governo para congregar esforços entre acionistas dos bancos como aconteceu no BPI, até porque a decisão final será sempre privada.


Desbilndagem à medida do BPI
Já quanto ao decreto lei sobre a desblindagem dos estatutos da banca, Mira Amaral qualifica-o como “aborrecido” e “demasiado pontual”. Ou seja, Mira Amaral entende que o diploma da desblindagem foi feito de propósito para o BPI e para pôr em causa Isabel dos Santos.

Taxas
Quanto às taxas de juro negativas, Mira Amaral considera que é “mais um esmagamento das margens financeiras”. Uma situação “totalmente insustentável.

Passos Coelho
Mira Amaral não concorda com o rumo traçado para o país por António Costa. Para Mira Amaral, o primeiro-ministro está a pensar em eleições antecipadas, porque sabe que a base parlamentar em que se sustenta, não é compatível com as regras europeias. Se esta rotura for rápida, Mira Amaral considera que Passos Coelho ainda tem possibilidade de ganhar as eleições caso contrario vai começar a ter problemas no partido.

Esquerda
Na maioria de esquerda acredita que será o PCP a encetar a rotura porque Catarina Martins está “satisfeita e encantada com o acesso ao poder” e até é capaz de ir coligada com o PS às eleições.

Rui Rio
Daquilo que conhece de Passos Coelho, Mira Amaral acredita que o líder do PSD gostaria de ter Maria Luis Albuquerque a suceder-lhe, mas o entrevistado de hoje considera Rui Rio a hipótese mais credível, apesar de ter perdido já varias oportunidades.
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