Governo está com "agendas estratégicas menores e sem racionalidade económica"

por Rosário Lira

Foto: RTP

Em entrevista à Antena 1 e ao Diário Económico, Eduardo Catroga falou sobre vários assuntos ligados à empresa distribuidora de energia em Portugal - EDP - e refere estar já agendada uma reunião, com o Primeiro-Ministro e o acionista chinês, onde se vai debater o imposto extraordinário mas também a questão da tarifa social de energia.

Eduardo Catroga foi o convidado desta semana do programa Conversa Capital conduzido pela jornalista da Antena 1, Rosário lira e pelo Jornalista do Diário Económico, Francisco Ferreira da Silva.

Eduardo Catroga revelou que a reunião do acionista chinês da EDP com o primeiro-ministro já está marcada para daqui a algumas semanas e a contribuição extraordinária será um dos assuntos em cima da mesa.

Já quanto à tarifa social de energia, Catroga defende que deveria ser paga pelo Orçamento do Estado ou por todos os contribuintes como acontece com o gás.

Eduardo Catroga pede ao Governo para que "por favor dê um sinal de redução" da contribuição extraordinária de energia em 2017.

O presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP considera a “medida irracional” porque incide sobre o investimento e só se justifica num estado de emergência que, adianta Catroga, segundo o Governo, já não existe.

Ainda relativamente à aplicação do plano B previsto para corrigir a execução orçamental, Eduardo Catroga considera que o aumento de impostos não é solução porque põe em causa a confiança dos investidores e o crescimento a prazo. A alternativa passa, isso sim, por reduzir a despesa.

Eduardo Catroga aconselha o PS, a no momento oportuno, "sacudir os parceiros do seu trem" porque o Executivo está a governar com "agendas estratégicas menores, muito ideológicas, sem substância de racionalidade económica e apenas com racionalidade política".

Catroga tem "esperança" que o partido socialista se consiga "libertar" dos seus parceiros porque são eles que condicionam a existência de uma direção estratégica para o país.

Eduardo Catroga não acredita na aplicação de sanções pecuniárias a Portugal pelo não cumprimento do défice em 2015.

Segundo o economista a Comissão Europeia deverá dar mais um ano a Portugal para fazer correções sob "vigilância apertada".

De resto adianta que se fosse ele, daria o benefício da dúvida ao Governo, e pedia ao Executivo que explicitasse as medidas necessárias para alcançar os objetivos previstos no programa de estabilidade que, segundo o antigo ministro das Finanças, "até estão bem definidos".

Eduardo Catroga considera que não é a criação de um "banco mau" que vai salvar a banca nacional.

Segundo o economista é preciso continuar o processo de saneamento dos balanços e reforço dos capitais. Catroga lembra que os contribuintes já pagaram demasiado.

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