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Académie Charles Cros distingue CD "Para Amália" de Mísia

por Lusa

O álbum duplo "Para Amália", de Mísia, editado em maio do ano passado, foi galardoado em França com o "Coup de Coeur" da Académie Charles Cros, foi hoje anunciado.

O duplo CD em que Mísia canta temas do repertório de Amália Rodrigues e inéditos - de sua autoria, Mário Cláudio, Tiago Torres da Silva e Amélia Muge -, tinha já obtido em França a máxima classificação da revista Télerama (quatro clés), e foi escolhido pela Inrockuptibles para fazer parte de uma lista de "10 Discos para refazer a Europa".

Mísia, já em 1995, com o álbum "Tanto menos tanto mais", tinha recebido um prémio da Académie Charles Cros. Desta feita, o duplo CD "Para Amália" foi distinguido na categoria "Memória viva".

Refira-se que Amália Rodrigues foi a primeira artista portuguesa a ser distinguida pela Académie Charles Cros, em 1975, com o Disque d`Or pelo álbum "Com que voz", no qual gravou, entre outras, composições de Alain Oulman e fados tradicionais, com poemas de Manuel de Alegre, Pedro Homem de Mello, Cecília Meirelles, Alexandre O`Neil, David Mourão-Ferreira e Luís de Camões.

Mísia, em março passado, atuou no auditório Cenal Resit Rey, em Istambul, onde apresentou o duplo CD "Para Amália", e tem vindo a apresentar o álbum em vários palcos internacionais.

Este mês, a fadista fica por Lisboa a ensaiar a peça "Giosefine", numa dramaturgia e encenação de Guillermo Heras, que será levada à cena em agosto, no Teatro Régio, em Buenos Aires.

Este espetáculo teatral inspira-se na narrativa de António Tabucchi "Carta de Casablanca", do livro "O jogo do revés".

Em maio, do ano passado, em declarações à Lusa, Mísia apresentou o CD como um tributo a Amália, cujo "contributo enorme para o fado podia ter ficado mais claro, quando foi declarado Património Imaterial e da Humanidade".

Mísia disse que o álbum é "uma prenda a Amália Rodrigues", e salientou que para si "foi importante ter mais de 20 de anos de trabalho num reportório próprio" antes de abordar o de Amália, apesar de pontualmente ter já cantado temas da fadista falecida em 1999, nomeadamente "Lágrima" (Amália Rodrigues/Carlos Gonçalves).

A ideia do álbum surgiu em junho de 2014, quando Mísia apresentou no Festival de Fado de Madrid, o espetáculo "Tributo a Amália", e em dezembro desse mesmo ano entrou em estúdio em Lisboa, acompanhada pelos mesmos músicos com que atuou em Madrid, Luís Guerreiro na guitarra portuguesa, Daniel Pinto, na viola e viola baixo, e Fabrizio Romano, ao piano.

O duplo álbum é constituído por um CD em que Mísia interpreta, acompanhada ao piano, as composições de Alain Oulman, e de alguns poetas eruditos que Amália gravou, e no outro CD, acompanhada à guitarra e à viola, o repertório mais tradicional da fadista, nomeadamente "À janela do meu peito", "Flor de lua" e "Rosinha da serra de Arga", do folclore minhoto.

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