Belas-Artes formou gerações que "marcaram a cultura do país" durante 180 anos

por Lusa

Lisboa, 25 out (Lusa) - A Faculdade de Belas-Artes, que esta semana comemora 180 anos, formou gerações de artistas "que tiveram um papel relevante na arte, cultura e na economia do país", sublinhou hoje o presidente daquela instituição, Victor dos Reis.

Contactado pela agência Lusa a propósito da efeméride, o responsável destacou que embora a faculdade, instalada no Convento de São Francisco, em Lisboa, só tenha sido criada nos anos 1990, "é uma escola superior de arte há 180 anos".

"Muitos artistas e `designers` que aqui foram formados fizeram a História da Arte em Portugal, marcaram a cultura portuguesa pelo legado que deixaram, além do importante contributo económico, que muitas vezes é esquecido", salientou Victor dos Reis.

A Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL) está a assinalar a data, entre hoje e o fim de semana, com um colóquio, mesas redondas e visitas do público às coleções de arte do seu acervo.

Atualmente, a FBAUL acolhe 1.600 alunos e 120 professores em sete licenciaturas, 12 cursos de mestrado e três cursos de doutoramento, dois deles em parceria com outras entidades.

Victor dos Reis sublinhou ainda que, desde a criação dos primeiros cursos de `design`, naquela faculdade, há 40 anos, "foi enfático o papel destes criadores na área da economia".

"Isso aconteceu em várias áreas, desde o `design` gráfico, na criação da imagem de muitas empresas, até ao `design` de equipamentos", apontou.

Ao longo destes 180 anos, o panorama das artes alargou-se, passando das tradicionais disciplinas de pintura, arquitetura e escultura, para o campo das tecnologias, com o surgimento de novos meios técnicos e ferramentas criativas.

"Apesar de tudo, as Belas-Artes não têm muita visibilidade junto do público e, por isso, quisemos criar uma programação de visitas guiadas esta semana" ao acervo de pintura, desenho antigo, gravura antiga e contemporânea da FBAUL.

Até quarta-feira, no colóquio, será evocada a obra de antigos presidentes da Academia de Belas-Artes - José de Figueiredo, Reynaldo dos Santos e Raul Lino - e vão decorrer mesas redondas sobre o ensino artístico.

Miguel Faria, Eduardo Duarte e Maria João Neto vão falar, respetivamente, sobre "Propostas teóricas e institucionais do Ensino Académico das Artes em Portugal", "A Academia até 1910: instalações e equipamentos, paradigmas do ensino artístico, desenvolvimentos teóricos e medidas de proteção e restauro do património" e "Dos Conselhos de Arte e Arqueologia à refundação da Academia Nacional de Belas-Artes e à definição da sua missão".

As relações entre os jovens artistas e as instituições de arte --- questões de criação artística, curadoria e programação cultural também vão ser alvo de debate numa das mesas-redondas.

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