Batalha, Leiria, 13 ago (Lusa) - O centro de interpretação da primeira posição ocupada pelo exército português na Batalha de Aljubarrota, na Batalha, distrito de Leiria, é inaugurado na sexta-feira, exatamente 630 anos depois da disputa que opôs portugueses a castelhanos.
O ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, é esperado na cerimónia, às 14:30, na qual vai ser condecorada a Fundação Batalha de Aljubarrota, que investiu 1,5 milhões de euros no centro, "pelos serviços prestados na valorização do património histórico nacional".
O espaço, junto à ponte da Boutaca, é um complemento ao Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, em São Jorge, Porto de Mós, onde se travou o conflito, disse à agência Lusa o seu diretor, João Mareco.
"O que tentámos foi aproximar, em termos museológicos e científicos, os conteúdos do CIBA, relativos à Batalha de Aljubarrota, e o que lhe sucedeu: o agradecimento da vitória e posterior construção do Mosteiro da Batalha", declarou João Mareco, salientando que o objetivo foi mostrar "algo que não tinha sido devidamente explorado".
O novo centro tem três núcleos, o primeiro relativo às personagens ligadas à problemática da sucessão ao trono e de intervenientes na batalha travada a 14 de agosto de 1385, como D. João I, D. Juan I de Castela, Leonor Teles ou Nuno Álvares Pereira.
"A segunda fase é um espetáculo de imagem e som sobre o processo de construção do mosteiro. É uma viagem virtual e a última imagem desta viagem abre a janela para o terceiro núcleo, que é a contemplação da paisagem, onde se inclui o mosteiro", afirmou o responsável.
João Mareco acrescentou que o centro "reforça a mensagem" relativa à importância da "posição estratégica" assumida pelo exército português, liderado por Nuno Álvares Pereira, que estava em "situação muito mais vantajosa em relação ao inimigo" antes de travar e vencer os castelhanos em São Jorge.
O novo centro, que abriu em maio do ano passado, mas apenas a grupos, pode ser visitado de quarta-feira a domingo, das 11:30 às 17:00.
O Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, que passou pela remodelação do antigo Museu Militar de São Jorge e recuperação paisagística do campo envolvente, foi inaugurado em outubro de 2008, tendo registado quase 300 mil visitantes.
Em novembro de 2010, o Conselho de Ministros aprovou o decreto que procedeu à classificação, como monumento nacional, do campo, assim como da área envolvente, onde se inclui a primeira posição do exército português.
Em comunicado, o Governo justificou a classificação com o facto de representar "um momento decisivo de afirmação de Portugal como reino independente", destacando ainda a "tática militar inédita, apurada na Guerra dos 100 Anos e posta em prática por Nuno Álvares Pereira", na Batalha de Aljubarrota.
