Edgar Martins, natureza e luz na inauguração do renovado edifício da Central Tejo

por Lusa

Lisboa, 28 jun (Lusa) - Exposições com obras de Edgar Martins, peças da coleção da Fundação EDP, sobre o impacto da luz no mundo e vídeos e a relação entre a arte e tecnologia, são inauguradas, na quarta-feira, no renovado edifício da Central Tejo, em Belém.

As quatro exposições foram hoje apresentadas à imprensa, numa visita guiada por Pedro Gadanho, diretor do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), que inclui a Central Tejo, são inauguradas às 19:00 de quarta-feira e abrem ao público na quinta-feira.

O MAAT - novo museu da Fundação EDP - vai abrir faseadamente, num segundo momento, a 05 de outubro deste ano, uma sala do novo edifício projetado pelo ateliê AL_A, liderado pela arquiteta Amanda Levete, e, na totalidade, em março de 2017.

Após um mês de obras de renovação, a Central Tejo - que detém a exposição permanente do património histórico industrial do Museu da Eletricidade e onde já se apresentavam exposições de arte contemporânea - reabre ao público com as exposições "Lightopia", "Edgar Martins - Silóquios e Solilóquios sobre a Morte, a Vida e Outros Interlúdios", "Segunda Natureza - Coleção de Arte Fundação EDP" e "Artists Film International".

"Edgar Martins - Silóquios e Solilóquios sobre a Morte, a Vida e Outros Interlúdios" apresenta o resultado de uma investigação do fotógrafo, que realizou mais de mil imagens e digitalizou mais de 3000 negativos do espólio do instituto de Medicina Legal de Lisboa.

"O meu trabalho propõe-se escrutinar muitas contradições em relação à representação da morte, sobretudo violenta, e revela as nossas fragilidades percetivas", disse o artista aos jornalistas, sobre a exposição, que vai estar patente até 16 de outubro.

Por seu turno, o curador da exposição de fotografia, Sérgio Mah, comentou que "o tema da morte é um dos mais antigos na arte, e apresentou sempre um discurso ideológico sobre o corpo com uma certa moralização".

Quanto ao percurso da exposição permanente do património histórico do Museu da Eletricidade, mantém-se, mas foram introduzidas nove obras em vídeo de artistas de todo o mundo, sobre a relação entre a arte e a tecnologia, num projeto curatorial de Inês Grosso, intitulado "Artists Film International", patente também até 16 de outubro.

Na exposição "Lightopia" foram reunidas mais de 300 obras que mostram como a luz elétrica revolucionou o mundo, alterou as cidades e criou novas formas de vida e de trabalho, tornando-se motor do progresso.

A exposição, com curadoria de Jolanthe Kugler, resulta de uma parceria entre a Fundação EDP e o Vitra Design Museum, na Alemanha, e fica patente até 11 de setembro.

Quanto à exposição "Segunda Natureza - Coleção de Arte Fundação EDP", apresenta 50 obras de 26 autores, selecionadas da coleção da Fundação EDP, com cerca de mil peças de artistas portugueses, desde os anos 1960 até à atualidade.

Esta mostra, com curadoria de Luísa Especial e Pedro Gadanho, questiona a ideia de natureza e da nossa relação com ela, assim como o impacto da ação humana no meio ambiente.

Vasco Araújo, Gabriela Albergaria, Alberto Carneiro, João Grama, Alexandre Estrela, Fernando Calhau, José Martins e Jorge Queiroz são alguns dos artistas representados nesta exposição, patente até 16 de outubro.

O novo edifício do MAAT - com sete mil metros quadrados - vai estar inserido numa área total de 38 mil metros quadrados, que a Fundação EDP ocupa na margem norte do rio Tejo, na zona de Belém, em Lisboa.

A Central Tejo - central termoelétrica que foi propriedade das antigas Companhias Reunidas de Gás e Eletricidade (CRGE), na base da atual EDP -, abasteceu de eletricidade toda a cidade e região de Lisboa, entre 1909 e 1951, tendo continuado a funcionar, como "central de reserva", até 1972.

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