Exposição mostra 30 anos de arquitetura de Carrilho da Graça em Lisboa

por Lusa

Uma exposição que percorre o trabalho do arquiteto premiado João Carrilho da Graça, ao longo de 30 anos, para Lisboa, vai ser inaugurada a 22 de setembro, no Centro Cultural de Belém (CCB).

A mostra de caráter antológico, segundo as curadoras Marta Sequeira e Susana Rato, apresenta uma seleção de 14 projetos, considerados mais relevantes, do arquiteto de 63 anos, galardoado com o Prémio Pessoa em 2008.

Entre os projetos que a exposição "Carrilho da Graça: Lisboa" vai apresentar até 14 de fevereiro de 2016, na Garagem Sul - Exposições de Arquitetura do CCB, estão o Museu do Oriente, a musealização arqueológica da Praça Nova do Castelo de São Jorge, e a Escola de Música da Escola Politécnica.

Também estarão as propostas de projeto para o Pavilhão Atlântico e para a ampliação da Assembleia da República, que não chegaram a ser os vencedores, e o Terminal de Cruzeiros e Campo das Cebolas, cuja obra está a decorrer.

"Vivemos sobre a terra e construímos com tudo o que está disponível. Podemos construir o que quisermos, mas não podemos deixar de construir com sentido", escreveu Carrilho da Graça no livro "A arquitetura é perigosa" (1994).

Num texto das curadoras, é explicado que a exposição não é sobre o arquiteto e os seus projetos em detalhe, antes se ocupa do olhar e da tradição do autor, "no mais puro sentido etimológico do termo: do que nos entrega, do que nos oferece como legado".

"A seleção de obras apresentadas nesta exposição corresponde então a um verdadeiro `catalogue raisonné` dos trabalhos de Carrilho da Graça para a cidade de Lisboa -- não se trata de uma compilação completa e definitiva, mas dos projetos mais relevantes considerados neste contexto pelo autor", acrescentam.

Nascido em Portalegre, em 1952, João Carrilho da Graça, licenciou-se na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1977, ano em que iniciou a sua atividade profissional como arquiteto.

Foi nomeado e selecionado para o prémio europeu de arquitetura Mies van der Rohe (1990, 1992, 1994, 1996, 2009, 2011, 2013), distinguido com o Prémio Secil de Arquitetura (1994), pela Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa, e com o Prémio Valmor pelo Pavilhão do Conhecimento dos Mares (1998) e pela Escola Superior de Música de Lisboa (2008).

Ao conjunto da sua obra foram atribuídos diversos prémios, nomeadamente, o Prémio AICA -- Associação Internacional dos Críticos de Arte (1992), a Ordem de Mérito da República Portuguesa (1999), o título de Chevalier des Arts et des Lettres pela República Francesa (2010), e a Medalha da Académie d`Architecture de França (2012).

Foi Assistente na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1977-1992), professor catedrático convidado na Universidade Autónoma de Lisboa (2001-2010) e na Universidade de Évora (2005-2013), tendo sido coordenador dos departamentos de Arquitetura em ambas as instituições, até 2010.

Em 2013 recebeu o grau de doutor Honoris Causa pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.

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