Fascínio por Shakespeare faz Carlos Avilez levar "A Tempestade" ao Experimental de Cascais

por Lusa

Cascais, Lisboa, 28 jun (Lusa) - O diretor do Teatro Experimental de Cascais (TEC), Carlos Avilez, que vai estrear, sexta-feira, a nova encenação de "A Tempestade", de William Shakespeare, assume o seu fascínio pelo dramaturgo inglês e promete mais clássicos do autor.

Depois de "Macbeth", Carlos Avilez quis continuar a sua linha de Shakespeare e leva agora ao Teatro Municipal Mirita Casimiro, no Monte Estoril, de 01 de julho, até 04 de agosto, "A Tempestade", a última peça escrita pelo autor inglês, que vai contar com coreografia de Olga Roriz.

"É fascinante este dramaturgo. Fazer Shakespeare é, para mim, muito importante", afirmou o encenador à agência Lusa, prometendo mais peças de teatro do escritor, de quem se assinalam, este ano os 400 anos da morte.

"Esta não será a última. É para continuar, claro. A próxima será `As you like it`", acrescentou, referindo-se à comédia "Como Gostas" ou "Como Vos Aprouver", títulos de edições portuguesas da obra.

Sobre "A Tempestade", Carlos Avilez explicou que se trata de um "testamento" de Shakespeare, que revela "paciência e magia".

"É a turbulência que todos sentimos internamente. É uma peça muito utópica, de descoberta de um mundo novo, num encontro connosco próprios. Mais do que oportuna, é de muita oportunidade", sustentou.

O ator José Raposo foi escolhido para protagonizar "A Tempestade", para o papel de Próspero.

"Lembrei-me dele, porque era ideal para mim. Sabia que queria que fosse ele o grande Próspero e fiquei muito contente de ele ter aceitado logo", disse Carlos Avilez.

Para José Raposo, poder representar numa peça de Shakespeare é "uma honra".

"Quando o Carlos [Avilez] me ligou a convidar, questionei-o logo se tinha a certeza que era eu, se não se tinha enganado. Para qualquer ator é um privilégio, um bombom muito especial. É uma honra e um grande desafio por ser Shakespeare. Ficarei grato eternamente por este convite", afirmou o ator português.

Na segunda vez que representa um texto de Shakespeare, José Raposo assume que há um significado especial, uma exigência extra, "por ser um universo muito complexo".

"Além da dramaturgia genial dele, tem poesia, filosofia, política. Ele conhecia-nos a todos muito bem, à humanidade", afirmou.

José Raposo assume que as pessoas estão habituadas a vê-lo num registo mais ligado à comédia e, por isso, promete surpreender.

"Não tenho feito muitos espetáculos com este registo, mas sou um ator e o que gosto mesmo é de representar", sustentou.

Em "A Tempestade" vão estar em cena 80 alunos da Escola Profissional de Teatro de Cascais, 35 deles finalistas que vão ali apresentar a sua prova final de curso.

O quadro de protagonistas completa-se com Luiz Rizo, Renato Pino, Sérgio Silva e Teresa Côrte-Real.

Traduzida por Fátima Vieira, "A Tempestade" vai estar em cena de terça-feira a domingo, e tem cenografia e figurinos de Fernando Alvarez, música original de Rui Rebelo, coreografia de Olga Roriz e dramaturgia de Miguel Graça.

 

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