FIFA 2016: as mulheres vão a jogo… e reações sexistas explodem

por Inês Geraldo - RTP
Alex Morgan é uma das jogadoras mais conhecidas do mundo EA Sports Portugal

A EA Sports prometeu novidades e as reações não se fizeram esperar. Quando muitos esperavam por mexidas na jogabilidade e em melhoras na maneira como os fãs interagem com o jogo, a empresa americana anunciou que as mulheres vão ter lugar num dos mais famosos franchises do mundo. As redes sociais explodiram e com muitas reações sexistas por parte dos homens.

Todos os anos vários são os fãs de desporto que esperam pela apresentação dos novos videojogos no mercado. Tal como tem acontecido há muito tempo, a EA Sports prometeu novidades para a nova versão do jogo FIFA, que simula os meandros do futebol. E na última quinta-feira, a empresa apresentou a tão ansiada inovação: no jogo FIFA 2016, as mulheres também vão a jogo.

Pela primeira vez na história desta série, o futebol feminino vai ser incluído e vai poder ser disputados jogos com as seleções nacionais femininas. A portuguesa não vai ser representada mas vão estar presentes algumas das melhores seleções e jogadoras do mundo.

São 12 seleções onde se incluem: EUA, Brasil, Canadá, Austrália, Espanha, Alemanha, China, Inglaterra, França, Itália, México e Suécia. Com estas equipas poderão realizar-se torneios em modo offline, amigáveis online e partidas em modo kick-off.

David Rutter, vice-presidente e diretor geral da EA Sports, lançou um comunicado em que explica as dificuldades em incluir as mulheres num jogo de simulação de futebol, mas que há muito tempo se pretendia a inclusão das melhores jogadoras do mundo no franchise de desporto.

“Trazer algumas das melhores jogadoras do mundo ao nosso franchise é um acontecimento significativo para a EA Sports e estamos entusiasmados por trazer a milhões de fãs uma nova forma de jogar”, pode ler-se no comunicado da EA Sports.



Atletas como Alex Morgan, Abby Wambach, Nadine Kessler (atual Bola de Ouro feminina), Marta ou Sydney Leroux fazem parte do leque de jogadoras com as quais os fãs poderão jogar no novo franchise do FIFA 2016.

Abby Wambach, avançada da seleção norte-americana de futebol e vencedora da Bola de Ouro 2012, revelou estar entusiasmada pela inclusão do futebol feminino num dos maiores franchises do mundo.

"Mal posso acreditar em toda a ciência e tecnologia envolvida por detrás do jogo em si, especialmente quando vestimos os fatos de captação de movimentos e quando fizermos parte do jogo", revelou a jogadora.

"Estamos ansiosas por nos vermos no jogo mas queremos ver qual é a reação do fãs, incluindo os da nossa equipa, que talvez não esperassem este tipo de novidade por parte da EA Sports".

A empresa americana lançou um vídeo promocional com a novidade e partilhou algumas fotografias pelas redes sociais.







Se muitas foram as reações que aplaudiram a inclusão das mulheres na nova versão do FIFA, também foram muitas as reações sexistas tendo em conta a novidade da EA Sports.
As más reações à decisão da EA SportsLogo após a novidade de que 12 seleções femininas iam ser incluídas no novo franchise do FIFA 2016, várias foram as reações de espanto para com a escolha da empresa norte-americana.

A maioria das reações vieram do sexo masculino, que se mostrou indignado pelo facto de um jogo que simula futebol ter mulheres no seu conteúdo. As redes sociais explodiram com várias reações, uma boa parte delas, de desagrado, por ver mulheres a "intrometerem-se num mundo de homens".

Estas são algumas das reações no Twitter:







Depois do anúncio da EA Sports, uma grande parte de comentários de fãs do franchise prendeu-se com o facto de não quererem mulheres naquilo que consideram ser um mundo masculino.

Várias foram as piadas em relação ao papel das mulheres no futebol, com comentários sobre cozinhas, gravidez e a vontade feminina de intromissão em tudo o que os homens fazem.

No entanto, se existiram reações negativas à inclusão das mulheres no jogo FIFA 2016, a verdade é que também muitos foram os fãs que mostraram apreço pela iniciativa.

Muitos dos que se mostraram a favor, felicitaram a EA Sports pela inovação e consideram que já era tempo de incluir o futebol feminino neste tipo de jogos de simulação e que está na hora de promover o jogo também no espetro feminino.





Com todo o reboliço que causou, a EA Sports conseguiu colocar o seu novo franchise, FIFA 2016, como uma das principais trends mundiais, no twitter, e terá, certamente um dos produtos mais procurados de 2015 no mercado.
A tempo do Mundial de Futebol FemininoDavid Rutter explicou que foi feito um grande esforço para conseguir criar os "esqueletos" das jogadoras da forma mais realista possível.

Lembre-que que esta não é a primeira vez que se tenta incluir o futebol feminino neste tipo de jogos. No ano 2000, o estúdio Silicon Dreams incluiu jogadoras nos jogos Mia Hamm 64 Soccer e UEFA Dream Soccer. No entanto, ambas as iniciativas foram mal recebidas.

Rutter, vice-presidente da EA Sports confessou ter-se juntado a várias federações para captar da melhor maneira as expressões faciais, movimentos corporais e movimentos do cabelo de cada uma das jogadoras.

O lançamento do FIFA 2016 está previsto para o próximo mês de setembro e coincide com o ano do Mundial de Futebol Feminino. A partir de seis de junho, vai começar a competição organizada pela FIFA (organismo que tutela o futebol mundial), e das doze equipas presentes no franchise, apenas Itália não vai participar na competição.

Sobre o espetro masculino ainda não existem informações concretas mas sabe-se que em relação às seleções femininas, ela vão apenas jogar entre si e que assim, não poderão fazer parte da Ultimate Team do jogo.
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