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Governo sublinha contributo para as artes visuais

por Lusa

O Governo lamentou hoje, em comunicado, a morte do pintor António Costa Pinheiro, na sexta-feira, na Alemanha, sublinhando o contributo que "deixou à cultura portuguesa, e, em especial, ao campo das artes visuais".

Numa nota de pesar divulgada pela Secretaria de Estado da Cultura, o secretário de Estado, Jorge Barreto Xavier, em seu nome e do Governo, lamenta o falecimento do pintor de 82 anos.

O artista plástico, um dos fundadores, em 1958, do grupo da área das artes visuais KWY - as três letras ausentes do alfabeto português - sucumbiu a uma pneumonia, disse à Lusa fonte da família.

O corpo do artista deverá ser cremado hoje, na Alemanha, e as cinzas deverão ser depositadas, a pedido do próprio, em Quelfes (Olhão), onde o pintor tinha casa.

Costa Pinheiro foi "reconhecido tanto pelos seus pares como pela crítica, nomeadamente em Portugal e na Alemanha", salienta o secretário de Estado da Cultura no comunicado, recordando que o pintor foi distinguido por diversas vezes ao longo da sua carreira, entre outros, com o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso (2001).

"Apesar de ter passado grande parte da sua vida na Alemanha, manteve sempre uma estreita relação com a cultura portuguesa, contribuindo, simultaneamente, para a sua promoção e divulgação, de que é prova a série de trabalhos dedicados a Fernando Pessoa e aos seus heterónimos, que desenvolveu durante a década de 1970", acrescenta a mesma nota.

Nascido em Moura, em 1932, Costa Pinheiro fixou-se com os pais, em Lisboa, aos 10 anos, tendo frequentado o Liceu Camões, e a Escola de Artes Decorativas António Arroio, seguindo-se, mais tarde, a Academia de Belas Artes de Munique, na Alemanha.

A primeira exposição individual de António Costa Pinheiro realizou-se em Lisboa, em 1956, na Galeria Pórtico.

A partida para a Alemanha, em 1957, verificou-se depois do serviço militar, juntando-se em Munique a René Bertholo e Lourdes Castro, com quem expôs na Galeria 17 e na Internationales Haus.

Foi já na Alemanha que cofundou o grupo KWY, com René Bertholo, Lourdes Castro, João Vieira, José Escada, Gonçalo Duarte, Jan Voss e Christo.

"Costa Pinheiro, o pintor ele-mesmo" é o título da exposição sobre o artista plástico, que está patente na Galeria S. Roque, em Lisboa, - até 31 de dezembro - com uma retrospetiva da obra do artista, desde os primeiros anos na Alemanha.

Uma das últimas intervenções de Costa Pinheiro em espaço público, em Portugal, foi na estação de Metro da Alameda, em Lisboa, com painéis de azulejo sob o tema "Os descobridores".

Costa Pinheiro expôs em diferentes instituições internacionais, entre as quais a Galeria Kunst + Kommunikation, em Munique, o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e a Casa de Serralves, no Porto.

Recebeu, entre outros, o Prémio da Associação Internacional dos Críticos de Arte, o Prémio da Fundação E. Reuter, na Alemanha, os prémios de gravura da Bienal de Cerveira e Intergrafik, de Berlim.

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