Lisboa, 29 mai (Lusa) - Uma luva para cegos que `deteta` obstáculos, através de sensores sonoros, ou um capacete de ciclista que os `sinaliza`, numa situação de perigo, são dois dos projetos concebidos por jovens, patentes na 10.ª Mostra Nacional de Ciência.
A exposição, que reúne cem projetos de várias áreas científicas, realizados maioritariamente por estudantes do ensino secundário, decorre, de segunda a quarta-feira, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa, sob organização da Fundação da Juventude.
Alunos da Escola Secundária de Oliveira do Bairro, no distrito de Aveiro, desenvolveram um protótipo de uma luva para cegos, a partir de uma luva de karaté, para melhorar a sua qualidade de vida, autonomia e independência.
Na prática, a luva tem incorporado dois sensores de ultrassons para detetar obstáculos e desníveis. Sempre que são detetados, geram-se sons audíveis, para cada um dos sensores, e, simultaneamente, são produzidas vibrações na mão.
O sinal sonoro é produzido de acordo com a proximidade, ou não, do obstáculo ou desnível. A luva pode `detetar` obstáculos a uma distância máxima de quatro metros e desníveis até um metro.
Estudantes da Escola Profissional de Espinho conceberam um capacete `inteligente` para ciclistas, um capacete de ciclista convencional, mas com um dispositivo, com sensores, que, ao permitirem acompanhar a posição e o andamento do ciclista, conseguem detetá-lo, em caso de paragem repentina ou queda.
O dispositivo estará ligado ao telemóvel do ciclista, que, nestas situações, enviará uma mensagem para um número pré-definido, alertando para a possibilidade de um acidente. O dispositivo poderá facultar ainda informação sobre a localização da pessoa.
O capacete tem, ainda, duas luzes que indicam a intenção de o ciclista mudar de direção, bastando-lhe para tal inclinar a cabeça no sentido pretendido.
O uso da casca de banana para diminuir a concentração de corantes e metais pesados, nos esgotos industriais, ou o crescimento de feijões em águas com diferentes origens são outras experiências que constam na mostra.
No certame vão estar também patentes, a convite da Fundação da Juventude, projetos de estudantes de Moçambique, Brasil e Espanha.
Biologia, ciências do ambiente, engenharias e química são as áreas científicas que concentram maior número de projetos, com os distritos de Castelo Branco, Aveiro e Leiria a lideraram a lista de participações nacionais.
No último dia da mostra, serão anunciados os premiados do 24.º Concurso para Jovens Cientistas e Investigadores.