Mira, Un Lobo edita "Heart beats slow", um disco "de catarse e fuga"

por Lusa

Mira, un Lobo, nome artístico do músico Luís de Sousa, edita este mês o primeiro álbum, "Heart beats slow", que descreveu à Lusa como um diário de um tempo em que sentiu os efeitos da crise económica.

Com selo da editora alemã Tapete Records, "Heart beats slow" reúne as canções nascidas de sintetizadores e de batidas eletrónicas, num ambiente "dream wave", e com pontos de contacto com nomes como M83 e Fever Ray, como o próprio nomeou.

O álbum, do qual foram já divulgados temas como "Serotonin" e "Tramadol", é uma resposta a uma fase em que Mira, Un Lobo esteve desempregado e em casa.

"Apesar de o disco ser um pouco negro ou depressivo, digamos assim, foi o meu escape, uma catarse e fuga daquela fase", contou.

Luís de Sousa, que já fez parte do grupo M.A.U., viveu na Dinamarca e se fixou em Corroios, trabalha agora na produção e guionismo televisivo e considera que a música é só um dos elementos dessa equação artística.

Não vive da música e nem foi para isso que gravou as canções e criou esse alterego Mira, Un Lobo.

"Se ficarmos sossegados, o mais certo é que a música nunca saia do quarto", disse. Mas também não há planos para dar concertos, até porque a relação com a editora alemã não tem essa obrigatoriedade.

"Nem era suposto dar o meu nome e revelar a identidade. Queria só que prevalecessem as músicas", afirmou o músico. Batizou-se como Mira, Un Lobo, por gostar da sonoridade, acabando por admitir que, apropriando-se da figura do lobo, quer também "apontar o dedo aos medos" de cada pessoa.

 

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