Morreu o músico britânico David Bowie

por Andreia Martins - RTP
"BlackStar", o derradeiro álbum de Bowie, foi lançado na passada sexta-feira. Andy Rain - EPA

O cantor britânico David Bowie morreu, aos 69 anos, após uma batalha de 18 meses contra o cancro, noticiou hoje a BBC, citando o filho do músico.

Morreu o camaleão do rock. A notícia foi confirmada ao início do dia de segunda-feira nas páginas oficiais do cantor no Facebook e Twitter.

Na nota publicada nas redes sociais, pode ler-se: "10 de janeiro de 2016: David Bowie morreu tranquilamente, rodeado da família, após uma corajosa batalha de 18 meses contra o cancro".

January 10 2016 - David Bowie died peacefully today surrounded by his family after a courageous 18 month battle with...

Publicado por David Bowie em Domingo, 10 de Janeiro de 2016
Na publicação, a família pede aos fãs que "partilham esta perda" que respeitem a privacidade "em tempo de luto".
Teresa Nicolau, Luís Moreira - RTP

A morte do cantor acontece dois dias depois do lançamento do seu derradeiro álbum, "BlackStar", que marcou precisamente o seu 69.º aniversário. Para trás fica uma longa carreira de 26 trabalhos de estúdio e a marca inconfundível deixada no mundo da música.
Um artista multifacetado
David Robert Jones nasceu em Brixton, Londres a 8 de janeiro de 1947. Adoptou Bowie como apelido e foi esse o nome que escolheu para o primeiro álbum, datado de 1967. Mas o auge da fama e da criatividade deste artista multifacetado chegou dois anos mais tarde, com Space Oddity (1969) e The Man Who Sold the World (1970). "BlackStar", um álbum que une o rock à experimentação do jazz, foi o derradeiro trabalho de estúdio.

Estava apresentado ao mundo da música um nome que viria a marcar irremediavelmente o rock e a música popular, em movimento ascendente desde as décadas de 60 e 70. Os seus trabalhos deixaram legado e influenciaram nomes como os The Cure, Nirvana, Madonna ou Lady Gaga.


David Bowie num concerto em Viena, em 1996. Foto:Leonhard Foeger - Reuters

Desde o início da carreira que a influência de Bowie se estende a vários ramos e tomba as barreiras da música. Tornou-se num dos maiores fenómenos de culto da pop e um símbolo de libertação para jovens e adolescentes. Mudou a forma de vestir e de apresentar das estrelas da música e do cinema.

"Ashes to Ashes", "Heroes", "Let's Dance" e "Under Pressure" são alguns dos temas que marcam a sua carreira de cinco décadas de inovação e ainda maior imprevisibilidade. Cantor a várias vozes, merece lugar de destaque no Rock and Roll Hall of Fame desde 1996 e foi considerado pela revista Rolling Stone como um dos melhores artistas rock de todos os tempos.

Mark Savage, crítico de música da BBC, descreve Bowie como a "primeira estrela pop pós-moderno", entre vários alter egos como Ziggy Stardust e Thing White Duke. "Todas elas eram ficcionais. Todas se tornaram icónicas", descreve o especialista.

David Bowie morreu este domingo aos 69 anos, vítima de cancro. Para a história ficam mais de cinco décadas dedicadas à reinvenção e a revolução na música e na cultura popular. Mas Bowie foi muito mais do que isso. Foi o símbolo cultural do século XX, foi influência de moda e cinema, foi antídoto para a libertação ideológica de várias gerações. Reunimos algumas das fotografias que marcaram uma carreira rica e incomparável.


Artista excêntrico de várias caras na música, Bowie também foi ator, produtor discográfico e ditou tendências da moda a nível mundial. Era casado com a modelo somali Imam desde 1992, relação da qual nasceu Alexandria Zahra "Lexi" Jones. Do primeiro casamento do artista com Angela Bowie nasceu Duncan Jones.

Na reação à notícia, muitos foram os artistas e políticos que lamentaram a morte de David Bowie. David Cameron, o primeiro-ministro britânico, fala de "uma grande perda" e confessa no Twitter que "cresceu a ver e ouvir o génio da pop" que classifica como "mestre da reinvenção".
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