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Nassar é "único" e "mantém-se novo" - União Brasileira de Escritores

por Lusa

A União Brasileira de Escritores (UBE) destacou, hoje, que Raduan Nassar, de 80 anos, vencedor do Prémio Camões 2016, é um "escritor único, que se mantém novo, apesar de ter escrito poucos livros".

"A obra de Raduan distingue-se pela força da linguagem. Quem lê os seus textos entra em contacto com a força do que é dito, palavras sempre muito bem colocadas e, também, de certa forma, com o que não está evidenciado, os silêncios", disse à agência Lusa Sandra Sinicco, diretora de comunicação da UBE.

Para a representante da mais antiga associação de escritores do Brasil, a qualidade da escrita do autor está também na "força poética da prosa".

"Para o Brasil, é uma grande honra ter os nossos autores reverenciados e agraciados com prémios desta importância. É mais uma maneira de divulgar a todos a produção literária brasileira e estimular cada vez mais a leitura", acrescentou.

A representante da UBE destacou ainda que pesquisas recentes mostram "um aumento considerável no número de livros lidos por brasileiros, nos últimos anos".

Sandra Sinicco deu também conta de um aumento no número de leitores, que hoje representam 56% dos brasileiros (tendo lido, pelo menos, um livro, inteiro ou em parte, nos últimos três meses).

Desde 1958, quando foi criada, a UBE já reuniu mais de 3.700 escritores do país.

O anúncio da atribuição do Prémio Camões 2016 a Raduan Nassar aconteceu segunda-feira, em Lisboa.

O júri do Prémio Camões 2016 justificou a atribuição, dizendo que o escritor "revela, no universo da sua obra, a complexidade das relações humanas em planos dificilmente acessíveis a outros modos do discurso".

"Muitas vezes, essa revelação é agreste e incómoda, e não é raro que aborde temas considerados tabu", lê-se na ata do júri.

Contactado pela Lusa, Nassar não escondeu a surpresa pela atribuição do prémio, mas depois acrescentou, delicadamente, que pedia desculpa, mas não queria falar.

A obra de Raduan Nassar - "Lavoura arcaica" (1975), "Um Copo de Cólera" (1978) e "Menina a caminho" (1970-1996) -- está publicada em Portugal, pelas editoras Relógio d`Água e Livros Cotovia.

O Prémio Camões, no valor de cem mil euros, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988, já foi entregue a 12 autores brasileiros. Em 2015, o prémio foi atribuído à escritora portuguesa Hélia Correia.

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