Paleontólogos chineses encontram fragmento de dinossauro com penas

por RTP
Reuters

Viveu há cerca de 99 milhões de anos e chegou até nós, como na ficção de Jurassic Park, por ter sido conservado num pedaço de âmbar. Era um pequeno predador, parente distante do tiranossauro e antepassado das aves.

A equipa de paleontólogos dirigida por Lida Xing pôde estudar o fragmento do animal graças a um trabalhador, que supostamente deveria ter encaminhado um pedaço de âmbar para o fabrico de peças de bijutaria, mas notou dentro desse pedaço alguma coisa invulgar e chamou a atenção para o facto.

Os cientistas puderam então, desde o ano passado, debruçar-se atentamente sobre o achado e acabam de publicar as conclusões do seu trabalho em artigo da revista Current Biology.

O pedaço de âmbar não era maior do que uma ameixa e o fragmento, com 36 milímetros de comprimento, fazia parte da cauda do dinossauro.


A análise do fragmento revelou tratar-se de um terópode, ainda na sua idade jovem e com a cauda revestida por penas. Embora esteja aparentado com o grande predador conhecido como T-Rex, ou tiranossauro, este animal era de pequeno porte e fazia parte da linha evolutiva que havia de conduzir ao aparecimento das aves.

Em todo o caso, os cientistas são categóricos em afirmar que o terópode conservado em âmbar era incapaz de voar, e que as suas penas não faziam parte de um aparelho de voo.

Também descartam liminarmente a possibilidade de se conseguir, com tecidos do animal, produzir algum "clone", como no filme de Spielberg Jurassic Park. A boa notícia é que a pele e penas encontradas permitem reconstituir a cor do coelossáruio a que pertenciam: castanho na parte superior do corpo e claro da barriga para baixo.

A longa e flexível cauda surpreendeu Ryan McKellar, paleontólogo canadiense e co-autor do estudo. “Esta amostra altera o que sabíamos sobre o desenvolvimento das penas e dá-nos um vislumbre do aspeto dos dinossauros”, contou ao diário norte-americano The New York Times.
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