Raduam Nassar - Prémio Camões para o reinventor da literatura em língua portuguesa

por João Fernando Ramos

Raduan Nassar "tem três livros - Um romance, uma novela e uma coletânea de contos - mas isso não lhe retira o reconhecimento de com o seu primeiro livro ("Lavoura Arcaica" - 1975) mostrar que a língua portuguesa muda, renova-se, reinventa-se constantemente", diz o crítico Carlos Reis.

Raduan Nassar recebe este ano o Prémio Camões.
"Não é um escritor da moda", lembra no Jornal 2 Carlos Reis. "Isolou-se. É alguém sobre quem aparentemente há pouco para dizer mas que, aos 40 anos, com o seu primeiro livro, de um golpe só muda toda a língua literária portuguesa".
O júri do Prémio Camões, o mais importante da cultura portuguesa, considerou que a obra do escritor brasileiro revela a complexidade das relações humanas em planos dificilmente acessíveis a outros modos do discurso.
"O Prémio Camões serve para que se faça justiça trazendo para o grande público um autor que já tem mais de 80 anos".
Raduan Nassar foi editado há mais de duas décadas em Portugal pela Relógio de Água. Não houve reedições. Pode ser difícil encontrar as suas obras nas livrarias. Dois dos seus três livros ("Lavoura Arcaica" e "Um Copo de Cobra") foram já adaptados ao cinema. "Essa pode ser uma das formas de mais facilmente se chegar ao trabalho deste escritor", lembra agora Carlos Reis.
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