Rei judeu de 800 a. C. tinha a retrete em cima de um local de culto pagão

por RTP
Gil Cohen Magen - Reuters

Arqueólogos descobriram a retrete que o rei Ezequias, da Judeia, mandou colocar há cerca de 2800 anos em cima de um antigo templo pagão. Quando o rei defecava, os seus excrementos caíam sobre símbolos pagãos, expressando o desprezo da primeira religião monoteísta pelas restantes.

A retrete integrava-se num pequeno templo judeu descoberto na localidade de Tel Lachish. Os vestígios arqueológicos são os primeiros que se conhecem de uma retrete que, segundo o relato do jornal israelita Haaretz,  foi propositadamente colocada sobre um antigo local de culto pagão.

O templo localizava-se perto do portão da cidade e foi destruído propositadamente. Os arqueólogos que levam a cabo as escavações acreditam que os responsáveis pela demolição colocaram uma retrete naquele sítio em concreto para garantir que o local sagrado nunca mais seria usado como local de culto.

Esta descoberta relaciona-se com algumas passagens bíblicas que descrevem vários rituais destinados a eliminar a adoração de deuses pagãos, introduzidos pelo rei Ezequias, que governou o reino da Judeia durante 29 anos.

Muitos historiadores consideram Laquish a segunda cidade mais importante, a seguir a Jerusalém. Esta era um dos melhores pontos estratégicos na estrada que ligava Jerusalém e o Egipto. 

O templo foi descoberto à porta da cidade de Laquish, já tendo sido considerado a maior descoberta do género em Israel, a partir desse período.

As escavações começaram com um grupo de arqueólogos britânicos e duraram cerca de 80 anos, seguindo-se um grupo de arqueólogos israelitas, liderado pelo professor David Ussishkin.

Atualmente é a Autoridade de Antiguidades de Israel que tem a missão de descobrir mais sobre este templo.

Outros objetos simbólicos foram descobertos, tais como uns chifres e um vaso sanitário que estavam colocados no altar do templo, também como forma de parar o culto dos discipulos do antigo santuário que ali se situava.



As escavações concluíram até agora que os portões da cidade foram destruídos pelo exército de Senaqueribe em 701 a.C, tendo sido descobertas várias camadas queimadas pela destruição, comprovando a derrota, incluindo pontas de flechas e pedras usadas em estilingues, demonstrativas da batalha corpo-a-corpo que ali se viveu.


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