Lisboa, 31 ago (Lusa) - O Teatro da Politécnica, em Lisboa, abre a programação, na próxima quinta-feira, com a peça "Moby-Dick", pelo teatromosca, e a primeira produção dos Artistas Unidos, nesta temporada, "Os jogadores", está previsto subir à cena no dia 23.
"Moby-Dick", a partir do romance homónimo de Herman Melville, numa adaptação de Tiago Patrício, sob direção artística de Pedro Alves, vai estar em cartaz de quinta-feira a sábado.
A peça, a primeira de uma trilogia que o teatromosca dedica à literatura norte-americana e que se prolongará até ao final do ano, é interpretada por Pedro Mendes e Ruben Jacinto.
No dia 10, sobe à cena "O som e a fúria", a partir de William Faulkner, numa adaptação de Alexandre Sarrazola, também sob a direção de Pedro Alves, com Filipe Araújo, João Cabral, Ruben Chama, Catarina Correia, Margarida Costa, Inês Pedruco e Ruben Jacinto.
A peça está em cartaz até ao dia 12 e, segundo nota do teatro, "`O som e a fúria` desfia, através das personagens Benjy, Quentin e Jason, a ruína da família Compson, antigos aristocratas do sul dos Estados Unidos".
"Cada um deles centra a sua narração na relação, verdadeira ou imaginada, com Caddy, a única filha da família, e é esta viagem pela verdade de cada um dos irmãos, isolados, presos no passado, que nos dá conta da desintegração da família e da sua reputação", segundo a mesma fonte.
A primeira peça pelos Artistas Unidos, nesta temporada - "Jogadores", do catalão Pau Miró -, estreia-se no dia 23 de setembro, e mereceu, em 2013, o Prémio Ubú, em Itália, na categoria de melhor peça estrangeira.
Esta não é a primeira vez que uma peça de Pau Miró é levada à cena na Politécnica; em 2013, com encenação de Gonçalo Amorim, o Teatro Experimental do Porto apresentou "Chove em Barcelona".
Em comunicado, os Artistas Unidos afirmam que o cartaz da temporada inclui a apresentação, no próximo ano, de "Doce pássaro da juventude", de Tennessee Williams, no Nacional S. João, no Porto, de 14 a 31 de janeiro,
Esta encenação de Silva Melo foi estreada em abril último, no Teatro Municipal S. Luiz, e vai regressar a este palco de 04 a 14 de fevereiro próximo.
Do dramaturgo norte-americano, os Artistas Unidos levam também à cena, em 2016, com encenação de Silva Melo, "Gata em telhado de zinco quente", de 18 a 28 de fevereiro, no S. Luiz, em Lisboa, com um elenco constituído por Helena Briga Nogueira, Catarina Wallenstein, Ruben Gomes, Américo Silva, Isabel Muñoz Cardoso, João Meireles, João Vaz, Tiago Matias, Vânia Rodrigues, Rafael Barreto, Inês Laranjeira e Margarida Correia.
Para esta temporada, está também previsto a apresentação, na Politécnica, de 04 de novembro a 12 de dezembro, de "O tempo", de Lluïsa Cunillé, outra autora da Catalunha, como Pau Miró.
"É surpreendente o teatro que agora nos chega de Barcelona, tantos autores novos... Com Pau Miró e Lluïsa Cunillé estamos de coração feito com gente modesta, histórias de vida, tragédias não ditas", afirma o encenador Jorge Silva Melo.
Segundo o diretor dos Artistas Unidos, "estamos numa escrita que guarda o som de [Anton] Thchekhov como os búzios guardam o som do mar". "Um teatro surpreendente, dois autores com quem queremos viver, tantos segredos".
Ainda em dezembro, sobe à cena "I can`t breathe", de Elmano Sancho, que também encena e interpreta, com Ana Monte Real.
Esta peça é em torno da morte do norte-americano Eric Garner, no ano passado, durante um ataque policial, em Staten Island, Nova Iorque, caso que deu origem ao movimento "I can`t breathe", afirma o comunicado da companhia.
Em nota oficial, o dirigente da agência de controlo financeiro de Nova Iorque, Scott Stringer, indica que a cidade e os herdeiros de Garner decidiram resolver a disputa tendo em conta "os melhores interesses para todas as partes", depois de uma minuciosa revisão dos factos.
O ano de 2016 começa com "Quarteto", do alemão Heiner Müller, numa encenação de Silva Melo, e a interpretação de Elmano Sancho e Maria João Pinho. A peça estará em cartaz de 06 de janeiro a 13 de fevereiro.
