"Transmutações", de Rui Matos, na livraria Sá da Costa em Lisboa a partir de sábado

por Lusa

Lisboa, 27 nov (Lusa) -- Trabalhos em ferro compõem a nova exposição de escultura de Rui Matos, intitulada "Transmutações", a inaugurar no sábado à tarde, na Livraria Sá da Costa, em Lisboa.

A mostra, que "conta histórias de embalar", está organizada "como as narrativas tradicionais que se desenvolvem numa sequência significante, ininterrupta, entre uma introdução mais ou menos explícita (...) e uma conclusão que sintetiza e fecha a trama", escreve o curador José Sousa Machado num texto intitulado "Mutatis mutandi" no catálogo da exposição.

"Histórias vermelhas", uma escultura de parede de ferro pintado, exposta numa das montras da Sá da Costa, na rua Garrett, abre a mostra que decorre na sobreloja da livraria e que, como a atividade livreira, "convoca de forma lúdica/irónica, em proveito próprio, um conjunto de obras do património literário universal que glosam o vermelho", a história do Capuchinho Vermelho e "O livro vermelho de Mao", destaca o curador.

Na sobreloja, alguns dos elementos escultóricos da peça inaugural são objeto de transformações sucessivas -- ora se aglutinando, ora se diferenciando - dando origem a esculturas autónomas, resultantes de um trabalho combinatório que tanto amplia pormenores, como inverte escalas ou sobrepõe fragmentos, acabando por remeter o visitante para arquiteturas imaginárias, segundo Sousa Machado.

"Configuração" (I e II), "Escultura de superfície" e "Por dentro" são outras das peças de "Transmutações", que tem como trabalho de síntese "A minha casa nas nuvens", exibida na janela frontal da sobreloja.

Um vídeo e o esquisso de uma peça musical da autoria de José Salgueiro, a partir de percussão sobre o metal das esculturas de Rui Matos, também se integram na exposição, integralmente composta por trabalhos elaborados este ano e que vai ficar patente, neste espaço do Chiado até 07 de janeiro de 2016.

Rui Matos nasceu em Lisboa, em 1959, vive e trabalha perto de Sintra. Nos anos 1980 frequentou o curso de escultura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa e, em 1993, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

"Órgãos e Artefactos", com trabalhos em ardósia, expostos em Lisboa em 1987, foi a primeira exposição individual do criador. Em "Primeira ilha" e "Mediterrâneo", o artista elaborou trabalhos em gesso e bronze.

Em 1991, realizou a primeira exposição com trabalhos em pedra -- "Enormidade, Sequência e Naufrágio", seguindo-se "Transformações -- Relatos incertos", "Objetos de memória" e "Histórias incompletas".

Em 2008, iniciou os trabalhos em ferro, tendo desde esse ano realizado três exposições dedicadas à produção neste material: "A pele das coisas", "Transformo-me naquilo que toco" e "Por dentro".

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