Acionistas da Oi dão carta branca à empresa em processo de recuperação judicial

por Lusa

São Paulo, Brasil, 22 jul (Lusa) -- Os acionistas da Oi deram hoje "carta branca" à administração para "tomar todas as providências" para desencadear o processo de recuperação judicial da operadora, anunciou hoje a empresa brasileira em comunicado.

A Oi "informa aos seus acionistas e ao mercado que os acionistas da companhia, reunidos em Assembleia Geral Extraordinária realizada nesta data, ratificaram o pedido de recuperação judicial" e "autorizaram a administração da companhia a tomar todas as providências e praticar os atos necessários com relação à recuperação judicial das empresas" do grupo.

Esta manhã, os acionistas aprovaram, reunidos no Rio de Janeiro, o processo de recuperação judicial num encontro marcado por diversas discussões.

A maior parte delas está relacionada com a oposição de alguns acionistas em relação a participação da Bratel BV na votação.

A Bratel BV é controlada pela empresa portuguesa Pharol, que detém participação indireta de cerca de 22% do capital total da operadora, constituindo 27,49% das ações ordinárias.

No final, porém, a mesa da assembleia acabou decidindo pela participação da Bratel BV na votação, que se manifestou favorável da recuperação judicial.

Também estava marcada para hoje uma reunião do Conselho de Administração da Oi para discutir um pedido apresentado pelo acionista Societé Mondiale Fundo de Investimento em Ações que propôs a destituição dos administradores portugueses da operadora.

O acionista Societé Mondiale Fundo de Investimento em Ações pediu que sejam destituídos, entre titulares e suplentes, Rafael Mora, Nuno Vasconcellos, João Vicente Ribeiro, João Castro, Pedro Guterres, Luís Palha da Silva, Maria do Rosário Pinto Correia, André Navarro e Pedro Morais Leitão, todos da portuguesa Pharol.

O comunicado divulgado ao mercado, porém, não citou nenhuma informação sobre a reunião do Conselho de Administração da Oi.

A operadora brasileira entrou com um pedido de recuperação judicial no passado dia 20 de junho, alegando não ter conseguido negociar a sua dívida de 65,4 mil milhões de reais (cerca de 18 mil milhões de euros).

A Justiça do Rio de Janeiro aprovou o pedido de recuperação judicial da companhia a 29 de junho, dando um prazo de 180 dias para que elabore um plano de recuperação e faça a discussão das propostas junto dos seus credores.

Tópicos
pub