Aliança entre empresas e parceiros para cumprir objetivos de desenvolvimento sustentável

por Lusa

Uma aliança entre várias áreas do setor empresarial e diferentes parceiros, como sindicatos, investigadores ou associações de estudantes, vai apostar na cooperação e junta esforços para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, revelou hoje um dos seus promotores.

A iniciativa pretende "derrubar algumas barreiras e, principalmente, pôr em contacto, até do ponto de vista linguístico, entidades que normalmente não comunicam", explicou à agência Lusa o responsável da rede portuguesa Global Compact Network Portugal, Mário Parra da Silva.

A "Aliança para os ODS" (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) visa estabelecer uma plataforma para definir parcerias e criar projetos, programas e ações que contribuam para a aplicação, à escala nacional, dos 17 Objetivos definidos pelas Nações Unidas, com 169 metas.

Este projeto será lançado na quarta-feira, em Lisboa, no decorrer do seminário "Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", que vai dar a conhecer os ODS e debater estratégias para a sua operacionalização e monitorização até 2030.

"Uma das primeiras ações que a aliança pretende fazer, e é simples, na Global Compact podemos fazê-la quase sem custo, é criar um instrumento, a que chamamos grelha, em que cada organização diz em que metas está interessada em envolver-se e em que tem algum projeto", explicou Mário Parra da Silva.

O cruzamento das informações das organizações reunidas na aliança "permite rapidamente encontrar os parceiros" adequados para o desenvolvimento de determinado serviço, produto ou solução, que pode ser tão diversa como uma forma de poupar água ou de reduzir o desperdício de alimentos.

Para combater a fome ou as alterações climáticas, "precisamos de alianças nos vários setores e de abordagens preventivas", e um dos componentes mais importantes da aliança é a DECO (associação de defesa do consumidor), que "trabalha a opinião pública consumidora para que colabore na realização dos ODS", exemplificou, para salientar a importância do trabalho conjunto de todos os setores.

O responsável realçou que a aliança reúne o setor empresarial e as entidades envolventes, desde os "interesses particulares da sociedade até organizações mais especificamente envolvidas", como os sindicatos, as associações empresariais, além da academia, como produtora do conhecimento, e da Administração Pública, que emite e aplica as políticas públicas, ou seja, todas as partes que, de alguma forma, se relacionem com o desenvolvimento sustentável.

"Vamos também abordar as associações de estudantes, porque é importante envolver os jovens, e as entidades da área da cultura [pois], apesar de a cultura não ser especificamente mencionada em qualquer dos objetivos, está subjacente a todos", avançou.

Na análise de Mário Parra da Silva, Portugal não tem tradição de cooperação nem vocação para o associativismo ou para projetos coletivos, como acontece em outros países, portanto, "há que criar essa educação para a cooperação".

Muitas entidades têm programas que, no entanto, segundo o responsável, "estão fechados sobre si próprios porque não há diálogo na sociedade, e que poderiam ser objeto de destaque por organizações da sociedade civil, dos consumidores ou até dos sindicatos", o que "é a origem de muitos desperdícios de ótimos projetos"

A grande mensagem que as Nações Unidas querem fazer passar é que "tudo isto tem de ser feito em cooperação, é a nova exigência à escala mundial", destacou.

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