Allegro deixa direção do Centro Hospitalar do Porto com projetos "em cima da mesa"

por Lusa

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Porto, Sollari Allegro, que cessa funções 14 anos depois, adiantou hoje que deixa projetos "em cima da mesa" como, por exemplo, a reforma do serviço de urgência.

Além disso, a criação de uma farmácia de ambulatório e de um hospital oncológico, a construção de uma sala de cirurgia grande e de uma unidade de queimados para crianças são outros dos projetos que o Centro Hospitalar do Porto - que ganhou o estatuto de Centro Hospitalar Universitário -- quer levar a cabo.

Quanto à alteração do serviço de urgência, Sollari Allegro explicou que o objetivo é criar uma "coisa completamente diferente", inspirada nas urgências americanas de grande movimento e, assim, conseguir ter zero macas nos corredores à semelhança do ano passado.

Outras das ideias é fazer uma sala de cirurgia grande, através da junção de duas salas já existentes, porque quer as especialidades de neurocirurgia, quer a vascular, quer a urologia usam material de grandes dimensões, causando-lhes dificuldades de movimentação, afirmou.

O responsável falou ainda na construção de uma unidade de queimados para crianças, junto às salas de cirurgias pediátricas, para servir todo o país.

A criação de uma farmácia de ambulatório e de um hospital oncológico são outros dos planos do centro hospitalar, frisou.

No dia em que foi homenageado, através do descerramento do seu busto, Sollari Allegro pediu ao seu substituto para que não misture política com gestão.

"Tenham gente de todas as cores, façam a gestão com as pessoas que sabem gerir e não com as pessoas que são da vossa cor política", disse.

Outro dos conselhos dado pelo presidente do conselho de administração é de que quem lhe suceder terá de estar preparado para sair no dia seguinte ao que entrou, porque só assim conseguirá ser independente.

"Não criem guerra, mas falem com as pessoas porque começar uma guerra é facílimo, mas acabar com ela é complicado", frisou.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, classificou Sollari Allegro como um "grande exemplo" e questionou como "sobreviveu" tanto tempo a tantos governos e a tantos ministros.

"Talvez porque é um homem sério que diz o que pensa e que pensa o que diz, tem coragem e trabalha em nome do bem maior, sendo um servidor da causa pública", sustentou.

E sublinhou: "só tenho a lamentar o facto de não ter a oportunidade de nos três anos que me faltam poder contar consigo para umas boas discussões em que pudéssemos divergir e, no final, consensualizar uma posição".

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