Foto: Lusa/Mário Cruz
O Banco Comercial Português "está mais sólido, mas o próximo semestre não será fácil", considera o presidente, Nuno Amado.
O crescimento acentuado da margem financeira (26,6%) e a redução dos custos operacionais (-3,7%) estão na base da melhoria do resultado líquido do BCP.
Poucas palavras sobre o caso BES
Nuno Amado não se quis alongar em comentários sobre os recentes desenvolvimentos do caso BES/GES, considerando que é uma questão que está no foro da Justiça e que esta tem que funcionar.
"Não tenho que comentar, é um tema de Justiça, que tem que funcionar", afirmou o responsável durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados do BCP no primeiro semestre.
E realçou: "O sistema bancário e o BCP em particular também vão ser afetados pelo processo através do Mecanismo de Resolução. Não vale a pena especular, é preciso esperar".
Questionado sobre se já tem indicações do Banco de Portugal sobre a questão específica do Fundo de Resolução, Nuno Amado disse que o supervisor bancário só vai dar essas indicações à banca quando forem conhecidas as condições de venda do Novo Banco - banco de transição resultante da intervenção do Banco de Portugal no Banco Espírito Santo (BES).
"É nossa expectativa que um eventual 'gap' [diferencial] entre o valor que o fundo colocou no Novo Banco e o valor de venda, que esperamos que seja o menor possível, seja absorvido pelas contribuições regulares que se vão manter ao longo dos próximos anos", lançou.
"Se for preciso uma contribuição extraordinária, que esperamos que não seja, será repartida ao longo dos próximos semestres", vincou o gestor.
E concluiu: "A nossa melhor expectativa é que seja possível pelas contribuições recorrentes e que, se houver uma extraordinária, que seja a menor possível".
Montepio está a fazer o seu caminho
O presidente do BCP evitou também tecer considerações sobre a situação que vive o rival Montepio, que tem sido nos últimos tempos notícia na comunicação social, afirmando apenas que o banco mutualista está a evoluir positivamente.
Sublinhando que, sobre este assunto, tem "a mesma informação que os jornalistas têm", Amado acrescentou apenas que o Montepio "é um banco com muitos anos, com muitos clientes, que está a fazer o seu percurso" e que considera que esse "é um caminho positivo".