Berlim pede mais tempo para rever resgate mas promete posição até ao fim da semana

por Lusa

A Alemanha considera que precisa de mais tempo para analisar o acordo de resgate entre a Grécia e os seus credores internacionais, garantindo chegar a uma posição sobre o assunto até ao final da semana.

Segundo um porta-voz do Ministério das Finanças alemão, citado pela agência de notícias France Press (AFP), Berlim pediu "tempo suficiente" para analisar detalhadamente as 400 páginas de medidas que Atenas terá de implementar em troca do resgate de 85.000 milhões de euros.

"Teremos uma posição [sobre o resgate] no final da semana", disse o porta-voz alemão.

A Grécia e os seus credores internacionais - Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional - estão sob pressão para finalizar o acordo de resgate até 20 de agosto, data limite para Atenas pagar cerca de 3.400 milhões de euros ao BCE.

O porta-voz do Ministério das Finanças alemão disse ainda que Berlim apenas recebeu o memorando de entendimento pelas 20:30 de terça-feira (hora de Lisboa) e que é necessário mais tempo para o analisar.

"As duas opções ainda estão em cima da mesa: a aprovação do memorando de entendimento ou mais um empréstimo ponte", que dará a Atenas mais margem de manobra para cumprir com os compromissos com o BCE, acrescentou.

O porta-voz da chanceler alemã, Steffen Seibert, que participava no mesmo `briefing` à imprensa, disse que o Governo está a "rever de forma intensa" o texto do acordo e elogiou a abordagem do Governo grego nas últimas negociações, que considerou serem "as mais produtivas dos últimos meses".

Steffen Seibert disse ainda que a chanceler alemã, Angela Merkel, já falou duas vezes ao telefone com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, esta semana, mas recusou dar mais detalhes.

Após meses de impasse, durante o período em que Yanis Varoufakis era ministro das Finanças, as negociações entre a Grécia e os credores (Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Mecanismo Europeu de Estabilidade) assumiram um outro ritmo após o acordo de 13 de julho para a negociação de um terceiro resgate à Grécia, de cerca de 85 mil milhões de euros.

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