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Bruxelas revê retoma europeia em baixa e alerta para "riscos consideráveis"

por RTP
Dado Ruvic - Reuters

A Comissão Europeia revê em ligeira baixa as previsões de crescimento da economia europeia, que deverá abrandar este ano para 1,6 por cento na zona euro e 1,8 por cento no conjunto da União. Nas previsões económicas da primavera, reveladas esta terça-feira, Bruxelas adverte ainda para "riscos consideráveis" no horizonte da economia europeia.

A economia europeia vai voltar a abrandar este ano. Quem o diz é a própria Comissão Europeia, nas previsões económicas da primavera divulgadas hoje. A zona euro, que cresceu 1,7 por cento em 2015, deverá registar um crescimento de 1,6 por cento este ano. Já em 2017, prevê-se o crescimento de 1,8 por cento.

Bruxelas retira assim uma décima às previsões de inverno divulgadas há três meses, onde previa então um crescimento de 1,7 por cento este ano e de 1,9 por cento no próximo.

Também a União Europeia, no seu conjunto, deverá registar um abrandamento do seu crescimento, ao recuar de 2,0 por cento em 2015 para 1,8 por cento este ano. No ano seguinte, o crescimento deverá chegar aos 1,9 por cento.

Em fevereiro, o executivo comunitário estimava crescimentos de 1,9 por cento já este ano e 2,0 por cento no próximo. Valores poderão ser inferiores

Bruxelas admite que mesmo estes valores, já revistos em baixa face às previsões de inverno, possam ser ainda inferiores. Isto porque a Comissão faz referência aos "riscos consideráveis que pesam sobre as perspetivas da economia europeia".

"Uma grande incerteza rodeia estas previsões. Entre os riscos externos, figura a possibilidade de um abrandamento do crescimento dos mercados emergentes, em particular da China, ter repercussões ou uma dimensão mais forte do que o previsto. A incerteza ligada às tensões geopolíticas permanece elevada e pode ter consequências mais graves do que o antecipado para as economias europeias", assinala a Comissão.

Entre vários riscos apontados como travões ao fraco desempenho da economia europeia, contam-se também eventuais "mudanças abruptas nos preços do petróleo" ou a possível "instabilidade nos mercados financeiros"Reformas estruturais e "Brexit"

Para além dos riscos de cariz económico e financeiro, a União Europeia olha também para a situação política. No relatório conhecido esta terça-feira, Bruxelas assinala "riscos consideráveis relacionados com a evolução da situação interna da UE".

Destaque para os riscos associados "ao ritmo da implementação das reformas estruturais", ou a "incerteza" em torno do referendo sobre a manutenção do Reino Unido na União Europeia, que se realiza no próximo dia 23 de junho. 

Por fim, Bruxelas teme que os efeitos dos estímulos da política monetária praticada na zona euro comecem a esbater-se progressivamente, à medida que os preços do petróleo voltem a aumentar. Desemprego e défice em queda

A Comissão estima, ainda assim, desenvolvimentos positivos no mercado de trabalho. A taxa de desemprego deverá continuar a cair de forma moderada, recuando na zona euro de 10,9 por cento em 2015, para 10,3 por cento este ano. No ano seguinte, a taxa poderá chegar aos 9,9 por cento.

No conjunto da União Europeia, a mesma taxa deverá cair de 9,4 por cento no ano passado para 8,9 por cento em 2016 e 8,5% em 2017, valores ligeiramente mais otimistas do que aqueles projetados no inverno.

Quanto aos défices públicos, Bruxelas espera que estes continuem a recuar tanto na zona euro como no conjunto da UE, "graças ao crescimento económico e a taxas de juro baixas".

O défice público global no espaço da moeda única deverá cair de 2,1 por cento do PIB em 2015 para 1,9 por cento este ano e 1,6 por cento no próximo. Na UE, o défice deverá recuar de 2,4 por cento no ano passado para 2,1 por cento em 2016 e 1,8 por cento no ano seguinte. 

(c/Lusa)

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