Viseu, 20 jan (Lusa) - A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Báltica, criada em 2011 e que se encontra em fase de reativação, vai passar a estar instalada em Viseu, anunciou hoje o seu presidente, Jorge Antas de Barros.
Durante uma sessão para apresentação do mercado da Estónia aos empresários de Viseu, Jorge Antas de Barros explicou que a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Báltica foi criada, mas "entretanto atravessou-se um período de crise económica muito complicado" e está neste momento a ser reativada.
O antigo cônsul da Lituânia em Portugal contou que os países do mercado báltico "veem Portugal como uma porta aberta para todo o mundo da lusofonia, sobretudo Brasil, Angola e Moçambique".
Na sua opinião, também os portugueses não podem olhar para o mercado báltico como sendo apenas a Estónia, a Letónia e a Lituânia.
"Temos de nos aperceber de todas as relações que existem em termos comerciais, quer da Letónia, quer da Estónia, quer da Lituânia, em relação a mercados periféricos, como o russo e os nórdicos", frisou.
Segundo Jorge Antas de Barros, "qualquer empresário naqueles mercados bálticos tem o seu relacionamento com empresários nórdicos e com empresários russos".
Neste âmbito, considerou ser fundamental reativar a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Báltica e, como é viseense, pediu o apoio aos presidentes da autarquia, Almeida Henriques, e da Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV), Carlos Marta, que apadrinharam a ideia.
"O meu objetivo não é só a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Báltica. Um desafio que lanço à AIRV e à Câmara é criarmos a nossa própria agência internacional aqui na região, porque temos que ser nós a defender os nossos interesses", afirmou.
Almeida Henriques disse que será disponibilizado um gabinete no edifício do antigo Governo Civil de Viseu, situado no centro da cidade, para o funcionamento da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Báltica.
Segundo o autarca, a região de Viseu tem "uma boa dinâmica, é empreendedora e exporta, no seu conjunto, quase dois biliões de euros".
"Tem vários setores extremamente bem estruturados e fortemente exportadores, designadamente o automóvel, o agroalimentar e a metalomecânica", afirmou, lembrando também a estratégia que está a ser seguida de "fixar um `cluster` na área das `smart cities` (cidades inteligentes)".
Almeida Henriques explicou que hoje há já "um conjunto de empresas relevantes com mais de centena e meia de postos de trabalho criados", mas que tem "a expectativa de que Viseu, no espaço de dois anos, possa ter quatro a cinco centenas de pessoas a trabalhar neste domínio das `smart cities`".
Carlos Marta alertou que, "apesar de a região estar a ter capacidade nestes anos de crise de dar a volta à situação e de responder aos problemas que entretanto foram surgindo", sobretudo no que respeita às grandes empresas, há pequenas e médias empresas que "necessitam urgentemente de novos mercados".
"É preciso encontrar novos caminhos que permitam que estas empresas possam ter sustentabilidade", sublinhou.