Câmara de Lisboa recusa "conceder um milímetro" à restrição do turismo

por Lusa

Lisboa, 12 fev (Lusa) -- O presidente da Câmara de Lisboa disse hoje que a autarquia recusa "conceder um milímetro" às vozes críticas que pedem a restrição do turismo na cidade e defendeu investimentos na cultura e na expansão do aeroporto.

"Eu não concedo um milímetro às vozes que apelam à restrição relativamente ao turismo. Uma cidade que tem a sorte de ter um motor económico gerador de emprego, de atividade económica e de recuperação da cidade, não se pode dar ao luxo [...] de achar que tem aqui muitas outras alternativas", declarou Fernando Medina (PS).

O autarca, que falava num almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal num hotel de Lisboa, acrescentou que a autarquia deve ir "diversificando os investimentos do ponto de vista da criação de produtos turísticos" de forma a "sustentar e aguentar o aumento da procura".

Ainda assim, "prefiro resolver o problema do equilíbrio entre os residentes e as atividades turísticas do que resolver o problema da desertificação [da baixa], que nunca ninguém conseguiu resolver porque não havia investimento para fazer essa reabilitação", insistiu o responsável.

Para Fernando Medina, urge "diversificar, valorizar e alargar os elementos de oferta" de forma a "expandir Lisboa e Lisboa aumentar a sua capacidade de acolher".

Isso passa, desde logo, por "investimentos na área da cultura, tão essenciais para a manutenção e diversificação do produto turístico", sustentou, exemplificando que o município adotou medidas urbanísticas protetoras para a futura expansão do Museu Nacional de Arte Antiga.

No que toca à expansão do aeroporto da Portela, que já ultrapassou os 20 milhões de passageiros, o autarca observou: "Nós, mais cedo do que tarde, temos de tomar as decisões certas para investir no aumento da capacidade aeroportuária com a consciência de que este investimento tem de ser feito em condições que não elimine a vantagem competitiva que é termos taxas aeroportuárias baratas".

Ainda no setor dos transportes, teceu críticas à rede existente na cidade de Lisboa, que inclui o Metropolitano e a rodoviária Carris, cuja gestão a autarquia reclama.

"O nosso sistema é ilegível, está atrasadíssimo do ponto de vista do seu desenvolvimento e é absolutamente caro", afirmou.

Discursando sobre a estratégia de desenvolvimento da cidade, Fernando Medina considerou ainda que em Lisboa "as coisas neste momento vão muito bem", em setores como o turismo, a reabilitação, o empreendedorismo.

Neste último caso, anunciou que "muito em breve" será divulgada uma "iniciativa de captação e de retenção destas `startups` de tecnologias de informação de grande escala para a cidade de Lisboa".

Este será também um "polo de desenvolvimento da frente ribeirinha da zona oriental de Lisboa, que é claramente uma zona que precisa de alavanca", concluiu.

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