O mais alemão dos bancos alemães poderá ter de reforçar os seus capitais para fazer face a multas de milhares de milhões de euros por transgressões cometidas. Desse reforço de capitais poderá sair menos alemão do que entrou.
Esta compra não constituiria uma novidade absoluta, visto que o ex-primeiro ministro qatari, Hamad Bin Jassim Bin Jabor Al-Thani, e o seu primo, Hamad Bin Khalifa Al-Thani, já detêm neste momento cerca de 10 por cento do capital do Deutsche Bank. Se se confirmar a expectativa de um aumento de capital, os dois investidores, em consórcio com outros investidores do seu país, de Abu Dabi e da China, pretendem obter o controlo de 25 por cento do capital do emblemático instituto financeiro.
Esta eventual alteração de monta na estrutura accionista do banco não traria, em princípio, alterações à prioridade do investmentbanking. Mas poderia levar a uma substituição dos principais quadros da administração, a começar pelo presidente John Cryan e da administradora Kim Hammonds, entre outros administradores de topo.
A probabilidade de um aumento de capital do Deutsche Bank está relacionada com as multas que lhe poderão ser aplicadas nos Estados Unidos e no Reino Unido pela venda de créditos hipotecários mal parados e pela lavagem de diinheiro na Rússia.
Ambos os casos estão ainda a ser investigados, mas já obrigaram o Deutsche Bank a constituir uma reserva de 5.500 milhões euros. Caso as multas venham a confirmar-se, o cenário tornar-se-á ainda mais negro: só o Ministério da Justiça dos EUA reclama 12.500 milhões de euros. O Deutsche Bank está neste momento a tentar negociar uma redução da multa, que lhe permita evitar o reforço de capital. As negociações terão de ficar concluídas antes das eleições presidenciais norte-americanas de 8 de novembro.