Conservas destronadas nas exportações de pescado devido à falta de sardinha

por Lusa

Lisboa, 31 mai (Lusa) -- As exportações de conservas, tradicionalmente o produto de pesca mais exportado, caíram em 2015 para a terceira posição, um decréscimo para o qual terão contribuído as restrições à pesca de sardinha, segundo as Estatísticas da Pesca do INE.

As exportações de pescado atingiram 1.031 milhões de euros em 2015, o que representa um aumento de 12,2% relativamente a 2014 (mais 112 milhões de euros), de acordo com os dados hoje divulgados.

No entanto, o saldo da balança comercial manteve-se deficitário (735 milhões de euros, que compara com 659,6 milhões de euros em 2014), face ao acréscimo de 11,9% das importações, que atingiram 1.766 milhões de euros.

As conservas foram ultrapassadas pelos "peixes congelados, exceto filetes" que, pela primeira vez, foram a principal categoria exportada, com um valor de exportação de 199,5 milhões de euros e um peso de 19,4%.

Os "moluscos e invertebrados" ascenderam ao segundo lugar, com as exportações a valerem 197,8 milhões de euros, o segundo maior acréscimo em valor face ao ano anterior (31,7 milhões de euros, correspondendo a 19,1%).

O grupo das conservas apresentou o maior decréscimo em 2014 e as suas exportações continuaram a diminuir em 2015 para 185,4 milhões de euros (-3,9%), pesando agora 18,0% (-3,0 pontos percentuais face a 2014).

Este decréscimo resultou fundamentalmente da redução nas exportações de `sardinhas, sardinelas e espadilhas` (na ordem dos 6%, correspondendo a -3,3 milhões de euros) e dos `atuns, bonitos listrados ou bonitos" (-15,6%, correspondendo a -9,3 milhões de euros), para o qual terão contribuído as restrições à captura de sardinha, justifica o INE.

Mesmo assim, o saldo das transações de conservas continuou a ser favorável a Portugal, correspondendo a um excedente de 66,6 milhões de euros, superior em 14,8 milhões de euros ao registado em 2014.

Os dados relativos à indústria transformadora da pesca e aquicultura (de 2014) indicam que a produção conjunta de "congelados", "secos e salgados" e "preparações e conservas" atingiu 241 mil toneladas (-2,0% em relação ao ano anterior).

As "preparações e conservas" não ultrapassaram as 46 mil toneladas, destacando-se a diminuição de 20,6% nas conservas de sardinhas.

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